O Banco Montepio, a Associação Mutualista que o detém e o ex-presidente da associação Tomás Correia são os principais alvos da operação desta quinta-feira do Ministério Publico. A informação é avançada à Renascença por fonte policial. Entre os investigados está também o BNI-Europa e um conjunto de clientes destes dois bancos, suspeitos de vários crimes económicos.
Estão em curso várias buscas por parte das autoridades em bancos e empresas, entre outros, numa investigação relacionada com suspeita de burla, branqueamento e fraude fiscal.
De acordo com as notas enviadas às redações por parte da Judiciária e do Ministério Público, "as diligências incidem sobre um conjunto de clientes de instituições financeiras e de entidades suas detentoras, com o propósito de recolha de prova relativamente a operações bancárias realizadas por clientes entre 2011 e 2014, bem como documentação relacionada com estas operações".
A Renascença sabe que, durante estes anos, um conjunto restrito de clientes comprou Unidades de Participação da Associação Mutualista que detém o Banco Montepio, com dinheiro que os investigadores suspeitam que fosse do próprio banco. Além disso, no mesmo período de tempo, alguns dos mesmos clientes também participaram na constituição do capital social do BNI-Europa, Banco de Negócios Internacional, criado nessa altura em Portugal com capitais angolanos.
Na primeira operação, existem suspeitas de burla qualificada e fraude fiscal qualificada e no segundo caso investiga-se a prática de branqueamento de capitais.
Na operação desta quinta-feita, ninguém foi detido ou constituído arguido. As 15 buscas realizadas, serviram sobretudo para a recolha de prova.
Investigações envolvem mais de 100 elementos das autoridades
"Estão a ser levadas a efeito, esta quinta-feira, várias diligências para cumprimento de 15 mandados de busca e apreensão, em Instituições Bancárias, na sede social de uma associação, em domicílios e em sedes de empresas", lê-se nos comunicados da Policia Judiciária e da Procuradoria-geral da República.
O Montepio confirmou que é uma das instituições financeiras que está a ser investigada. "O Banco Montepio informa que se realizaram esta quinta-feira, dia 16 de janeiro, buscas nas instalações", referem no comunicado enviado aos jornalistas redações. "A instituição cumpre escrupulosamente os seus deveres de colaboração com as autoridades", acrescenta.
As operações envolvem quatro juízes do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa e
Amadora, quatro procuradores do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, 90
elementos da Polícia Judiciária, quatro elementos da Autoridade Tributária e seis elementos do Banco de Portugal.
[notícia atualizada às 15h37]