A oito meses das eleições europeias o Parlamento Europeu debate esta quarta-feira o estado da União, em Estrasburgo. Será a quarta e última vez que Jean-Claude Juncker irá discursar nestes moldes.
O presidente da Comissão Europeia não quer que seja o discurso da despedida - esse será só para o próximo ano - e, por isso, é expectável que faça um balanço sobre o pacote de medidas que apresentou há um ano e definir as prioridades até às eleições do próximo ano.
Deverá abordar questões como os nacionalismos e populismos emergentes, ao mesmo tempo que quer dar segurança aos europeus, insistindo na necessidade de uma polícia europeia, com equipamento e acentuar a ideia de que sem isso não será possível controlar o fenómeno das migrações, reforçando também que é uma obrigação da União aceitar todos os refugiados.
Já esta semana Valdis Dombrovski, o vice-presidente de Juncker, alertou para o problema das migrações como um desafio conjunto. “Gerir as migrações é um desafio comum da União Europeia, não é responsabilidade de um só Estado-membro", disse.
Dombrovski lembrou que a UE ficou "do lado da Grécia quando foi mais necessário", mas realçou que é preciso "fazer mais". "É tempo de todos os Estados-membros juntos encontrarmos uma solução de longo prazo para as migrações ajudando a um equilíbrio entre solidariedade e responsabilidade”.
Os avisos do vice-presidente da Comissão Europeia ganham músculo na semana em que o governo da Hungria está debaixo de fogo e com a ameaça de sanções pela política anti-imigração que tem adoptado. Esta quarta feira o Parlamento Europeu vai votar uma proposta para avançar com sanções contra o governo húngaro. Para serem aprovadas é necessário uma maioria qualificada.
O discurso deverá tocar ainda num outro tema caro ao presidente da Comissão Europeia. Juncker pretende que, a prazo, as propostas desta instituição possam ser aprovadas por maioria, sem unanimidade, no sentido de agilizar decisões.