No final do Congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo, o presidente deixou recados ao setor e ao Governo. Dando enfâse ao mote do encontro – FAZER – , deixou claro que é hora de passar das palavras e promessas à ação, exigindo medidas ao governo que dinamizem a atividade turística, nomeadamente, a nível fiscal.
“Temos de obrigar a que nos abram as portas, mas depois também temos de ser criativos a desenvolver os produtos”, referiu Pedro Costa Ferreira, na sessão de encerramento do congresso, que decorreu pela quinta vez nos Açores.
O líder associativo aproveitava assim as conclusões do último painel, que mostrou a pouca importância que o património cultural edificado merece, tanto da parte do Estado como da sociedade civil e cidadãos, para deixar recados ao governo, mas também às agências de viagens, em boa parte, responsáveis pelo maior ou menor sucesso dos destinos.
Falta realizar: na imigração, aeroporto e fiscalidade
Para Pedro Costa Ferreira, não basta dizer que se vai facilitar a imigração com a agilização dos vistos. “Reconhecemos que é um primeiro passo, mas há que saber alojar quem chega, formar quem quer viver e trabalhar no nosso país e impedir que as redes criminosas tomem conta dos processos de imigração. Se quisermos, pelo menos, manter os preços ao nível deste ano, teremos de melhorar o serviço”, alertou o empresário.
Além disso, e enquanto não há uma nova infraestrutura aeroportuária na região de Lisboa, considera que é preciso agilizar as obras no Aeroporto Humberto Delgado, de forma a receber um número crescente de turistas.
Reafirmando o pedido feito logo na abertura do Congresso, o presidente da APAVT considera que sem este primeiro passo “é difícil perceber como se vai gerir a pressão turística se não se cuidar de um hub (de Lisboa), que representa a melhor arma de penetração dos mercados de longa distância e permitem trabalhar para além do verão, ganhando e consolidando novos territórios turísticos”.
A fiscalidade sobre o trabalho foi outro dos temas abordados durante os trabalhos e Pedro Costa Ferreira lembrou que a associação há muito tempo que defende uma redução acentuada da carga fiscal. “Enquanto isso não acontecer, impediremos o elevador social, afastaremos ou teremos muita dificuldade em reter o talento”.
Açores, nove ilhas, muitas emoções
Ainda que à distância, também a secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas dos Açores participou na sessão final para lembrar as potencialidades do arquipélago, primeiro e único certificado como destino sustentável a nível mundial.
Berta Cabral lembrou os vários prémios que a região tem recebido e o potencial de crescimento dos Açores, com novos produtos turísticos que estão a ser estruturados e que podem reduzir a sazonalidade. Por exemplo, os Açores recebem cada vez mais eventos e congressos (nacionais e internacionais) fora da época alta. A maior parte realizam-se em S. Miguel (Ponta Delgada) e Terceira (Angra do Heroísmo), onde há infraestruturas – nomeadamente hoteleiras – suficientes para receber centenas de pessoas.
Com uma plateia de agentes de viagens, a secretária de Turismo dos Açores lembrou que há nove ilhas e sempre novas experiências e emoções para viver.
O próximo congresso da APAVT realiza-se em 2023 no Porto.