O ministro das Finanças, Fernando Medina, desconhecia a indemnização de 500 mil euros paga pela TAP à ex-secretária de Estado do Tesouro Alexandra Reis, avança a RTP.
Em resposta a questões colocadas pela estação pública, o Ministério das Finanças garante que Fernando Medina não tinha conhecimento da indemnização quando convidou Alexandra Reis para o Governo.
O ministro das Finanças reafirma que, na passada segunda-feira, pediu esclarecimento à TAP sobre os contornos da indemnização de 500 mil euros paga a Alexandre Reis.
Na sequência da resposta da TAP, que assumiu ter sido sua a iniciativa de cessar o contrato, Alexandre Reis acabou por ser demitida do Governo.
A secretária de Estado do Tesouro demitiu-se na terça-feira a pedido do ministro das Finanças, após dias de polémica devido à polémica indemnização.
“Tomei esta decisão no sentido de preservar a autoridade política do Ministério das Finanças num momento particularmente sensível na vida de milhões de portugueses”, adiantou Fernando Medina, em comunicado.
"No momento em que enfrentamos importantes exigências e desafios, considero essencial que o Ministério das Finanças permaneça um referencial de estabilidade, de autoridade e de confiança dos cidadãos. São valores fundamentais à boa condução da política económica e financeira e à direção do setor empresarial do Estado", salientou Fernando Medina na nota divulgada pelo Ministério das Finanças.
O responsável pela pasta das Finanças agradeceu ainda a Alexandra Reis por todo o trabalho desenvolvido, elogiando o currículo "profissional de enorme mérito" e a "qualidade e correção com que neste período pessoalmente difícil assegurou a defesa do interesse público".
O caso surgiu quando se soube que a governante agora demissionária recebeu uma indemnização de 500 mil euros por ter saído antecipadamente da TAP em fevereiro deste ano. Segundo a transportadora aérea, Alexandra Reis pediu mesmo 1.4 milhões para sair, antes de terem chegado a acordo.
Os ministérios das Finanças e das Infraestruturas receberam, entretanto, esclarecimentos do conselho de administração da TAP e remeteram o caso para "a Inspeção-Geral de Finanças e à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários para avaliação de todos os factos que tenham relevância no âmbito das suas esferas de atuação".
Na segunda-feira, numa declaração escrita enviada à agência Lusa, Alexandra Reis assegurou que devolveria "de imediato" qualquer quantia que lhe tivesse sido paga e que acreditasse não estar no "estrito cumprimento da lei" na sua saída da companhia aérea.