“É um dia histórico para a vida do nosso país”. É assim que os bispos norte-americanos reagem à decisão do Supremo Tribunal, que esta sexta-feira revogou o direito constitucional ao aborto nos Estados Unidos.
Pouco depois da decisão ser conhecida, o arcebispo José H. Gomez, presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA (USCCB) e o arcebispo William E. Lori, presidente do Comité de Atividades Pró-Vida da USCCB. emitiram uma declaração de congratulação.
“Durante quase 50 anos, os Estados Unidos aplicaram uma lei injusta que permitiu a alguns decidir se outros podem viver ou morrer; esta política resultou na morte de dezenas de milhões de crianças pré-nascidas, gerações às quais foi negado o direito de nascer”, refere a Igreja norte-americana.
Os bispos católicos sublinham que a América “foi fundada na verdade de que todos os homens e mulheres são criados iguais, com direitos concedidos por Deus à vida, à liberdade e à busca da felicidade”.
“Essa verdade foi gravemente negada pela decisão Roe v. Wade do Supremo Tribunal, que legalizou e normalizou a retirada de vidas humanas inocentes.”
A conferência episcopal apela à oração para que, após a revogação do direito constitucional ao aborto, os políticos “promulguem leis e políticas que promovam e protejam os mais vulneráveis entre nós”.
Os bispos norte-americanos lamentam a perda de vidas desde 1973, em resultado da promulgação da lei Roe v. Wade, e mostram-se solidários com “cada mulher e homem que sofreram gravemente com o aborto”.
“Rezamos pela sua cura e prometemos nossa compaixão e apoio contínuos. Como Igreja, precisamos servir aqueles que enfrentam gestações difíceis e cercá-los de amor”, refere o comunicado.
Ao mesmo tempo que saúda a decisão do Supremo de revogar o direito constitucional ao aborto, a conferência episcopal defende a necessidade de “oferecer atendimento e aconselhamento às mulheres e trabalhar por alternativas ao aborto, incluindo adoção, acolhimento familiar e políticas públicas que realmente apoiem as famílias”.
“Agora é a hora de começar o trabalho de construção de uma América pós-Roe. É tempo de curar feridas e reparar divisões sociais; é um momento de reflexão fundamentada e diálogo civil, e de nos unirmos para construir uma sociedade e uma economia que apoiem casamentos e famílias, e onde cada mulher tenha o apoio e os recursos necessários para trazer seu filho a este mundo com amor”, sublinha a nota.