Os 659 migrantes resgatados há mais de uma semana pelo navio humanitário "Geo Barents", operado pela Médicos Sem Fronteiras (MSF), vão poder desembarcar no porto italiano de Taranto.
"Excelente notícia para começar o dia. Depois de quase nove dias a navegar, os nossos 659 sobreviventes vão poder desembarcar no porto de Taranto. Este prolongado período de bloqueio no mar é um dos mais longos que nossa equipa já viveu. Isto não pode voltar a acontecer", referiu a MSF.
Entre as pessoas que estão a bordo e vão desembarcar em Taranto contam-se mais de 150 menores, duas mulheres e vários bebés.
A autorização de desembarque naquele porto do sul de Itália foi dada depois de, na quarta-feira, a MSF ter avisado que a situação estava "cada dia mais precária" e que "as rações alimentares" estavam a acabar. Além disso, dois dos migrantes resgatados tentaram saltar para o mar na terça-feira, "num ato de desespero" e outro expressou "pensamentos suicidas" à tripulação do navio "Geo Barents", como avançou a MSF.
O porto de Taranto também recebeu, na sexta-feira passada, 438 migrantes resgatados no Mediterrâneo pelo navio humanitário "Sea-Watch3".
No mar, à espera que seja designado um porto de desembarque, mantém-se o navio "Ocean Viking", da organização SOS Mediterranée, que tem atualmente 387 pessoas a bordo.
Esta semana, várias ONG pediram aos países da União Europeia um dispositivo de busca e salvamento no Mediterrâneo Central que salve os migrantes e lhes dê um porto seguro para desembarcarem com brevidade. Desde 2014, o Mediterrâneo é “a rota migratória marítima mais mortal do mundo”, sublinharam.
Este ano, já desembarcaram nas costas italianas 42.324 migrantes, um número muito superior aos 30.180 que o fizeram no mesmo período de 2021, segundo dados do Ministério do Interior italiano.