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O Supremo Tribunal da Austrália absolveu o ex-tesoureiro do Vaticano, o cardeal George Pell, da sentença de abuso sexual de menores a que foi condenado há um ano.
Por unanimidade, os sete juízes da alta instância judicial australiana aceitaram o pedido de recurso interposto pela defesa de Pell e decidiram absolver o cardeal de todas as acusações esta terça-feira.
Pell, de 78 anos, foi condenado pelo abuso sexual de dois rapazes adolescentes na década de 1990, quando era arcebispo de Melbourne. As vítimas integravam o grupo coral da Catedral de St. Patrick, naquela cidade do sul da Austrália.
Ao longo do julgamento, o ex-conselheiro financeiro do Papa, a mais alta figura da hierarquia da Igreja Católica a ser condenada pelo abuso sexual de menores, garantiu sempre que estava inocente.
Em comunicado, emitido esta terça-feira, Pell salientou que a decisão unânime do Supremo Tribunal da Austrália remediou "uma séria injustiça".
"Não guardo qualquer rancor ao meu acusador, nem pretendo que a minha absolvição acrescente à dor e amargura que tantos sentem; já há dor e amargura suficientes. Contudo, o meu julgamento não era um referendo à Igreja Católica, nem um referendo sobre como as autoridades da Igreja na Austrália lidaram com o crime de pedofilia na Igreja. A questão era se eu tinha cometido esses crimes horrendos, e eu não os cometi. A única base para a reabilitação, no longo termo, é a verdade e a única base para a justiça é a verdade, porque a justiça significa verdade para todos", escreveu o cardeal.
Em agosto do ano passado, o Supremo Tribunal de Victoria tinha rejeitado um recurso interposto pela defesa de Pell, mantendo a sentença ditada ao arcebispo emérito.
O caso seguiu para o Supremo, que considera agora que o júri que decidiu o veredito "deveria ter considerado a dúvida" quanto à culpa do réu. Os sete juízes ordenaram que todas as condenações sejam retiradas e que o veredito seja alterado para absolvição, o que significa que o cardeal deverá sair em liberdade de imediato.
[notícia atualizada às 17h05]