​Livre quer criar subcomissão de direitos humanos no Parlamento
18-01-2022 - 14:47
 • Cristina Nascimento

Rui Tavares garante que “não varrem para debaixo do tapete” o que aconteceu depois das legislativas de 2019 e a eleição de Joacine Katar Moreira, mas mostra-se convicto que o partido não tem problemas de credibilidade.

O Livre quer avançar já na próxima legislatura com a criação de uma subcomissão de direitos humanos no Parlamento. A ideia foi apresentada esta terça-feira de manhã aos jornalistas, depois de uma reunião com a Plataforma Portuguesas das Organização Não Governamentais de Desenvolvimento.

“O que propomos é que passe a existir uma subcomissão de direitos humanos dentro da Assembleia da República, no quadro da Comissão de Negócios Estrangeiros, a exemplo do que se passa no Parlamento Europeu. Essa será uma das coisas que vai estar em cima da mesa logo quando a seguir a dia 30 começarmos a formar a Assembleia da República”, disse o líder do partido, Rui Tavares.

Tavares, cabeça de lista por Lisboa, garante que o partido, ao contrário de outros - como o PS ou o PSD -, condena qualquer violação dos direitos humanos e não olha a amizades partidárias, consoante quem viola esses direitos.

"Para nós, uma violação dos direitos humanos, quer seja de um partido que se diga de esquerda ou de direita, é a mesma violação dos direitos humanos", esclareceu.

Desavenças com Joacine ficaram no passado?

O Livre estreou-se no Parlamento nas últimas legislativas, em 2019, quando elegeu por Lisboa Joacine Katar Moreira. Para esta corrida eleitoral, Rui Tavares acredita que podem eleger três deputados ou até mais.

Já sobre as desavenças com Joacine Katar Moreira não se pode dizer que estão esquecidas. Na segunda-feira à noite, a deputada não-inscrita lançou um forte ataque ao líder do partido, através da rede social Twitter, e Rui Tavares garante que “não varrem para debaixo do tapete” o que aconteceu depois das eleições de 2019.

No entanto, diz Rui Tavares, o Livre não tem problemas de credibilidade. “Um partido credibiliza-se falando das coisas que interessam às pessoas, não se credibiliza falando o tempo todo acerca de credibilidade, credibiliza-se quando as pessoas já acreditam no trabalho que o partido está a fazer. É isso que estamos a fazer”, explica.

Rui Tavares acredita por isso que “algumas pessoas entenderão que é altura de demonstrar a sua confiança no Livre, porque o Livre oferece um caminho para sairmos do impasse em que estamos, outras pessoas quererão esperar para ver”.

Nesta ação de campanha, Rui Tavares, que é também vereador sem pelouro na Câmara Municipal de Lisboa, garantiu que, se for eleito deputado, vai exercer os dois cargos em simultâneo e afastou qualquer hipótese de ingressar noutro partido.

“Quando não estiver a fazer política no Livre, estarei certamente na Torre do Tombo a mexer em papéis velhos e a fazer investigação histórica”, rematou.