O chefe do Estado-Maior da Armada, Henrique Gouveia e Melo, afirmou este domingo que a Marinha Portuguesa está em mudança, uma renovação que é "operacional, estrutural e genética", visando que "Portugal se cumpra no mar".
Num discurso perante a ministra da Defesa Nacional, nas cerimónias o Dia da Marinha, no Porto, Henrique Gouveia e Melo referiu que "uma Marinha inteira é uma Marinha mais abrangente" e, dirigindo-se aos mais de 500 militares que estiveram em parada junto ao edifício da Alfândega, no rio Douro, disse: "Estamos a mudar a Marinha e vocês são os atores desta nova realidade."
"É uma nova Marinha para o desafio de Portugal: ocupar, explorar e garantir o uso do mar aos portugueses. Este desígnio é para mim o meu verdadeiro norte e tudo faremos para que Portugal se cumpra no mar. Está em curso uma renovação operacional, estrutural e genética. São inúmeras as alterações que foram, estão [a ser] e serão implementadas", referiu o almirante.
Gouveia e Melo destacou que em 2022 os navios portugueses estiveram 4.867 dias empenhados em missão, um valor "verdadeiramente excecional" para uma Marinha da dimensão da portuguesa.
"Num país cheio de necessidades é muitas vezes difícil encontrar forma de assegurar o justo equilíbrio entre o esforço, a disponibilidade, as competências que a Marinha e a sua atuação no mar exigem quando contrabalançadas pelas respetivas contribuições", disse.
O chefe do Estado-Maior da Armada completou a mensagem com a convicção de que "este equilíbrio entre direitos e deveres deve merecer toda a atenção, principalmente, como hoje, em momentos de elevada tensão internacional".
As celebrações do Dia da Marinha realizaram-se este ano no Porto com mais de 30 iniciativas, entre visita a navios, batismos de mar, exposições, concertos e um desfile com 500 militares que decorreu este domingo junto à Alfândega, perante o olhar de milhares de pessoas.
Num programa a decorrer desde quinta-feira, um dos destaques das atividades foi a possibilidade de visitar gratuitamente o navio-escola Sagres,atracado no rio Douro, algo que não acontecia há 25 anos.