16 dez, 2016 - 13:01
O primeiro-ministro adiou a apresentação da solução final para os cerca de 2.100 lesados do papel comercial do BES, que estava prevista para esta sexta-feira.
A SIC Notícias avança que este anúncio deve acontecer antes do Natal.
Cerca de 2.000 clientes de retalho reclamam os 432 milhões de euros que investiram em papel comercial das empresas Espírito Santo International e Rioforte, do Grupo Espírito Santo (GES), vendidos aos balcões do BES meses antes da falência do grupo.
A solução a anunciar deve beneficiar os clientes que investiram menos dinheiro no papel emitido pelo Grupo Espírito Santo, vendido aos balcões do BES como se fosse um produto financeiro do banco. Mas os clientes que aplicaram montantes mais elevados também deverão recuperar parte das suas aplicações, ao contrário do que chegou a ser ponderado.
O Governo, o Banco de Portugal, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o Banco Espírito Santo (BES) e a AIEPC – Associação de Indignados e Enganados do Papel Comercial têm participado, desde Abril, num procedimento de diálogo com vista a “explorar a possibilidade de encontrar eventuais soluções para minorar as perdas económicas e financeiras sofridas pelos investidores não qualificados” titulares de papel comercial emitido pela Espírito Santo International (ESI) e pela Rio Forte Investments (Rio Forte), subscrito junto do BES, do BEST – Banco Electrónico de Serviço Total, e do Banco Espírito Santo dos Açores.
No início deste ano, o primeiro-ministro, António Costa, empenhou-se pessoalmente neste processo por considerar que a resolução deste problema é fundamental para a estabilidade do sistema financeiro e colocou o advogado Diogo Lacerda Machado como negociador em nome do Governo.
A 3 de Agosto de 2014, o Banco de Portugal tomou o controlo do Banco Espírito Santo (BES) – braço financeiro do GES – depois de o banco privado ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades distintas.
No chamado “banco mau”, um veículo que mantém o nome BES, ficaram concentrados os activos e passivos tóxicos do BES, assim como os accionistas.
No “banco bom”, o banco de transição que foi chamado de Novo Banco, ficaram os activos e passivos considerados não problemáticos.