O governador da Geórgia teve o apoio do Presidente para reabrir a economia no estado, mas à última hora Trump tirou-lhe o tapete. A experiência servirá de “case study” para o país, enquanto se acumulam tensões entre governadores e presidentes de câmara com opiniões antagónicas sobre a quarentena. Quando os EUA ultrapassam os 50 mil mortos, Trump quer saber se o coronavírus se pode combater com desinfetante.
Ao apoiar o candidato oficial do Partido Democrático à Casa Branca, Bernie Sanders vê consagradas algumas das ideias-chave por que se bate desde 2016. Biden quer entrar na história com a Administração mais progressista desde Roosevelt e o próprio Obama concorda, porque a América precisa de mudanças estruturais.
A América já é, de longe, o país com mais cidadãos infectados no mundo. Nova Iorque tornou-se a capital do novo coronavírus e começou a enterrar mortos em valas comuns, uma imagem traumática para a "Big Apple". Quase tudo falhou na gestão que a administração Trump tem feito da crise. Os exemplos abundam.
É a pior conjuntura económica desde a Grande Depressão que conduziu à II Guerra Mundial. Nem a recessão de 2008 se lhe compara. Oito anos consecutivos de crescimento económico e criação de emprego evaporaram-se num mês. E o pacote de incentivos aprovado pelo Congresso, para além de vir tarde para muitos, parece ser insuficiente.
O cenário de pesadelo agrava-se na América. Mortes podem chegar às 240 mil, segundo os cientistas, que convenceram o Presidente da gravidade da situação. Foi tarde demais, contudo. Até hoje já morreram 4 mil pessoas, mais do que no 11 de setembro. E há 200 mil infectados.
Podem morrer entre 100 e 200 mil americanos. Enquanto os cientistas que trabalham na Casa Branca falam em números assustadores, Trump resolveu, de forma sensata, o dilema entre salvar vidas ou relançar a economia. Pico da crise será na Páscoa e só em junho poderá haver alguma normalidade.
Nem na depressão de 1929, nem na recessão de 2008, foram aprovadas medidas tão extensas e tão onerosas para resgatar a economia. O pacote que os senadores americanos aprovaram significa metade do orçamento anual do país e é o dobro dos estímulos lançados por Obama há 11 anos. Um consenso político só possível face à ameaça do coronavírus.
O presidente americano está mais preocupado com a recessão económica do que com a saúde dos seus concidadãos. E por isso quer reverter as restrições sociais impostas pelo combate ao coronavírus já na Páscoa. Os americanos mais novos devem ir trabalhar porque o país não pode estar fechado, diz Trump. O mundo empresarial concorda.
Na quarta-feira à noite, Trump decidiu reconhecer publicamente que havia um problema sério e veio a público anunciar uma proibição de viajar de e para a Europa nos próximos 30 dias.
Em pouco mais de 48 horas, Joe Biden passou de virtual morto politicamente para favorito na corrida democrática à Casa Branca. Voto moderado convergiu no “comeback kid" e Bernie Sanders sofreu grande derrota. Foi uma viragem de 180 graus.