25 jan, 2020 - 15:04 • Isabel Pacheco
Só e abandonada foi assim a despedida de Assunção Cristas da liderança do CDS-PP. A opinião é quase unânime entre os congressistas entrevistados pela Renascença que, em Aveiro, assistiram ao último discurso da presidente do partido.
Luís Silva, vindo de Lisboa, ouviu com atenção as últimas palavras de líder cessante. “É a despedida possível, sozinha e abandonada”, lamenta o congressista que não tem dúvidas que na hora do adeus faltou a lealdade e solidariedade da direção do partido
“Assunção Cristas teve a coragem de se ter demitido. Acho que todos os que fizeram parte da sua direção são mais do mesmo e parece que não se passou nada e não se fala de nada”, lamenta o lisboeta.
Salazar Castelo Branco recusa tristezas. “Foi o adeus já esperado de uma líder” que, apesar de não ter saído “em grande”, saiu com “dignidade”. Contudo, fica a certeza deste centrista da Povoa de Varzim de que um dia a história do partido vai fazer jus ao valor de Assunção Cristas e reconhecer a “grande líder que foi “.
O mesmo valor de liderança é também reconhecido por António Barbosa que, apesar das falhas, reconhece a “honestidade e a competência” da, até agora, presidente do partido que diz ter-se despedido com “elegância”.
“Qualquer líder quando deixa um partido acaba sempre isolado, mas acho que lhe reconhecemos que tentou fazer o melhor pelo partido. Não conseguiu. Agora é olhar para frente”, conclui.
E o futuro reserva um novo líder para o CDS que é eleito este fim de semana durante o 28º congresso do partido que decorre em Aveiro. Para trás, fica a história de Assunção Cristas na direção do partido que se despede com dignidade e, até com elegância, dizem outros, mas isolada e sem brilho.