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Eutanásia. Carlos César lembra “papel soberano do Parlamento"

25 mai, 2018


Líder parlamentar socialista responde a Cavaco Silva.

O presidente do PS afirmou-se "satisfeito" por saber que o ex-chefe de Estado Cavaco Silva não vota em alguns partidos só por causa da questão da eutanásia, salientando, que na democracia representativa o Parlamento é soberano.

Carlos César, também líder parlamentar da bancada socialista, falava aos jornalistas à entrada para o 22.º Congresso Nacional do PS, que começa na Batalha, depois de confrontado com declarações de Cavaco Silva sobre a questão da eutanásia.

Em declarações à Renascença, o ex-Presidente da República manifestou-se contra a legalização da eutanásia e apelou que, nas próximas legislativas, os portugueses votem contra os partidos que apresentaram projetos sobre este tema: PS, BE, PEV e PAN.

"Como cidadão, sem responsabilidades políticas, o que posso fazer para manifestar a minha discordância é fazer uso do meu direito ao voto contra aqueles que votarem a favor da eutanásia. Nas eleições legislativas de 2019 não votar nos partidos que apoiarem a legalização da eutanásia e procurar explicar àqueles que me são próximos para fazer a mesma coisa", disse o ex-chefe de Estado e antigo primeiro-ministro.

Na resposta, o presidente do PS manifestou-se "muito satisfeito que o professor Cavaco Silva não vote nos partidos só por essa razão" da morte medicamente assistida.

"Por isso mesmo, tal não me merece mais nenhum comentário. Agora, há outra coisa que existe no nosso país, graças a pessoas que se bateram ainda antes do 25 de Abril de 1974: A democracia representativa e o papel soberano do parlamento", reagiu ainda Carlos César.

O presidente do PS acrescentou, então, que aquilo que o parlamento decidir na próxima terça-feira, na votação dos diferentes projetos sobre morte medicamente assistida, "é aquilo que irá vigorar".

Comentários
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  • Abílio Jesus
    29 mai, 2018 Viana do Castelo 01:28
    "Papel soberano do Parlamento"? E o papel soberano do Povo? "Democracia representativa"? Só? E a democracia participativa onde está? Não existe? Eu, por exemplo, não me revejo nos atuais partidos do "sistema", nem tenho dado o meu voto a nenhum deles. Portanto, não me sinto "representado" por nenhum deles. E, se não me sinto "representado" por nenhum deles, não posso aceitar a lei da eutanásia proposta por eles. E, já que se fala tanto em direitos, para, por exemplo, defender o "direito de matar" (ofendendo gravemente a dignidade humana que nos foi concedida por Deus), também eu me sinto no direito de ser respeitado na minha consciência e na minha inteligência. Explico: será que só esses senhores deputados têm o dom do discernimento (aliás, um dom de origem divina e profundamente espiritual) e a inteligência clarividente para "criar" e propor uma doutrina "infalível" que repugna à nossa consciência e inteligência? Todos os outros argumentos (contra a eutanásia) não são igualmente válidos? Serão, acaso, os senhores Bispos portugueses e todos os líderes religiosos das várias religiões existentes no nosso país, que assinaram a recente declaração conjunta, pessoas com menos inteligência e menos discernimento do que os referidos deputados?
  • João Lopes
    27 mai, 2018 Viseu 11:03
    O Parlamento não é soberano nesta matéria vital, porque não foi apresentada aos eleitores aquando das eleições. A eutanásia e o suicídio assistido continua a ser homicídio mesmo que a vítima o peça, tal como a escravatura é sempre um crime, mesmo que uma pessoa quisesse ser escrava! Com a legalização da eutanásia e do suicídio assistido, o Estado declararia que a vida de pessoas doentes e em sofrimento não lhe interessa, e não as protege. A eutanásia e o suicídio assistido são diferen-tes formas de matar. O parlamento, os tribunais, os hospitais, os médicos e enfermeiros, existem para defender a vida humana e não para matar nem serem cúmplices do crime de outros.
  • Filipe
    25 mai, 2018 évora 21:11
    O Parlamento não pode decidir entre a morte de milhões de pessoas . O parlamento também não pode aprovar a Pena de Morte . O Parlamento não pode usar a expressão eutanásia para camuflar a pedido de um doente o seu suicídio ou sem consentimento , o seu homicídio . O Parlamento obriga-se por Convenções a respeitar a dignidade humana e respeitar a liberdade do Mundo ter criado a Vida , já a morte só Deus ou quem a inventou tem o poder de retirar sem ser incriminado . A partir do momento que o Parlamento aprovar tal barbaridade , fica notificado de Organização Criminosa Terrorista com vista a matar inocentes sem culpa alguma e devem ser presos de imediato .
  • JOAQUIM S.F. SANTOS
    25 mai, 2018 TOJAL 20:19
    Todo o parlamento é soberano quando defende a vida, especialmente a dos seus cidadãos.