17 jun, 2020 • Ana Rodrigues , Celso Paiva Sol
No programa Casa Comum da Renascença, Paulo Rangel defende que “há claramente um conflito de interesses na nomeação de Centeno que deve ser travado” e que “era mais que sabido que o ex-ministro não queria continuar como ministro das finanças”.
Um comportamento que, na sua opiniao, revela “uma sede de controlo de poder que não se compreende e que terá sido negociado com o primeiro-ministro".
O eurodeputado social-democrata considera “inadmissível que Centeno vá fiscalizar medidas enquanto governador do Banco de Portugal que foram da sua autoria”.
Pelo mesmo diapasão afina Francisco Assis, referindo claramente que “a transferência de Centeno tem de ser travada, já que as boas praticas não aconselham demissões oportunistas, ou seja, que acontecem no prazo necessário para que Centeno se possa candidatar ao cargo de Governador”.
Já sobre uma nova injeção de capital no Novo Banco, tanto Francisco Assis como Paulo Rangel estão de acordo.
O eurodeputado social-democrata não tem dúvidas de que se trata de “um dossier problemático e que é mau não se conhecerem os termos do acordo”. Segundo Rangel, “esta é uma matéria que não tem sido transparente”.
A falta de transparência é também a maior critica apontada por Francisco Assis. Para este socialista, “o país deve conhecer o teor dos contratos para que se possa fazer uma apreciação séria da questão". Ou seja, admite Assis, que “há questões que claramente devem ser tratadas com mais objectividade”.
Neste Casa Comum, outro dos temas abordados foi o Conselho Europeu marcado para a próxima sexta-feira, onde vai ser abordado o plano da Comissão Europeia, que prevê uma verba de 750 milhões de euros para a economia dos Estados-membros mais afetados pela pandemia da Covid 19.
Uma reunião para a qual Francisco Assis diz não ter “grandes expectativas". O socialista referiu que “não há certezas que tudo fique resolvido na sexta-feira”.
No mesmo sentido vai a opinião de Paulo Rangel, que não acredita que “para já haja um entendimento”, admitindo mesmo que “nesta altura está mais reticente, tendo em conta o surgimento de novas divergências". Rangel acredita que a reunião de 10 de Julho, "essa sim será mais conclusiva”.