01 jul, 2020 • Celso Paiva com Pedro Caeiro
No calendário do desconfinamento, dia marcado pela reabertura das fronteiras – não só as terrestres entre Portugal e Espanha, como sobretudo as da União Europeia com países terceiros. Esta é uma matéria que tem decisões colectivas, mas envolve também a soberania de cada Estado, a forma como cada um lê a situação epidemiológica, e isso tem dado azo a alguma tensão entre Estados. Concretamente, vinda do Reino Unido, de onde se espera com expectativa a lista de países que entram no chamado “corredor de viagens” autorizado por Londres. E há sectores, como o turismo, que estão completamente nas mãos deste tipo de listas.
Portugal: da solução ao problema
Ao alto da actualidade, continua a crise provocada pela pandemia e, no caso português, esta incerteza que se instalou na Região de Lisboa e Vale do Tejo. De resto, o país está a partir de hoje dividido em 3 níveis – Alerta, Contingência, e Calamidade - diferenciando claramente o resto do país da Grande Lisboa.
A novidade dos últimos dias, são as críticas que têm sido feitas às autoridades de saúde. Parece ter-se quebrado algum verniz. Primeiro foi António Costa a criticar e a questionar a Ministra da Saúde e os especialistas da área, pela falta de respostas e resultados na Grande Lisboa. Depois o autarca socialista de Lisboa, Fernando Medina, a pedir mesmo a substituição dos responsáveis pela saúde pública no distrito, caso a situação não seja revertida.
Olhamos ainda para a postura do Primeiro Ministro e do Presidente da República, que podem sempre dizer que fizeram aquilo que as autoridades de saúde sugeriram, mas a verdade é que, um e outro, foram à praia, foram a concertos, foram ao comércio local, a restaurantes e outros sectores de actividade. Os dois comentadores analisam se Costa e Marcelo não terão alinhado num desconfinamento prematuro…
Um dos grandes problemas na Área Metropolitana de Lisboa, são os transportes públicos. Nas horas de ponta estão cheios – é impossível manter distâncias sociais - e é neles que milhares de pessoas cruzam vários concelhos, porque obviamente têm que ir trabalhar. Paulo Rangel e Francisco Assis comentam a atitude do ministro Pedro Nuno Santos, que garante que a utilização média dos transportes não está assim tão elevada, e sugere até aos patrões e aos trabalhadores que sejam eles a ajustar os horários para travar esse problema.
Presidência alemã sem mãos a medir
Esta quarta-feira, dia 1 de Julho, fica também marcada pelo início da Presidência alemã do Conselho Europeu. A grande prioridade será a implementação do Programa de Recuperação Económica pós Pandemia de Covid-19. Uma tarefa gigante para atacar a pior recessão em muitas décadas. Analisamos as expectativas para esta presidência alemã.
UE vs Venezuela: uma guerra sem fim à vista
Falamos ainda do conflito diplomático que se agravou entre a Venezuela e a União Europeia. Nicolas Maduro expulsou a embaixadora da União naquele país – a portuguesa Isabel Brilhante Pedrosa - acusando os 27 de serem colonialistas, intervencionistas, arrogantes e racistas. Bruxelas promete reagir.
TAP sem asas para voar sozinha
Nesta edição, destaque ainda para a situação na TAP. Tendo em conta que, agora, o Governo garante que não deixará cair a empresa, o que afasta – por exemplo – a hipótese da insolvência, a única certeza é que a TAP precisa de 1.200 milhões de euros. Falta saber o que é que isso implica em termos de estrutura acionista, ou que nome se vai dar a esta operação, basicamente se é uma nacionalização ou não.