21 out, 2020 • Pedro Caeiro
Importante nesta altura é que “o acordo de saída ocorra e em termos que respeitem os direitos fundamentais dos cidadãos e empresas que operam no Reino Unido ou que são de lá e operam na UE. Mas tem de haver cumprimento dos termos da saída do Reino Unido”, diz José Luís Carneiro.
Todos os Estados têm conseguido negociar “a uma só voz”, reconhece o eurodeputado socialista que acha essa postura positiva.
Paulo Rangel mostra-se pessimista e acha que “tudo se encaminha para que não haja acordo” entre os dois blocos quanto à relação futura. O eurodeputado do PSD diz que tem havido violações do acordo de saída, com alterações unilaterais por parte de Johnson, que foi quem fez o acordo, nos termos que definiu na altura.
A fronteira da Irlanda do Norte com a Irlanda, se for para a frente a lei que foi aprovada em Westminster e que viola o acordo de saída “significa que vai ter de ser feita uma fronteira física”. Rangel lembra que não só todos os ex-Primeiros-ministros britânicos foram taxativos a condenar esta orientação, mas até a Conferência Episcopal Anglicana (que representa de alguma maneira a própria sensibilidade dos protestantes anglicanos da Irlanda do Norte) veio condenar gravemente o que acham que pode pôr em causa os acordos de paz da Sexta-feira Santa.
Depois há a questão das pescas, muito importantes para França, Espanha e Holanda, que pescam em águas supervisionadas pelos ingleses. E a determinação do que se vai fazer ao nível das fronteiras, porque “já se antevêem filas intermináveis dos dois lados da fronteira”, avisa Rangel.