15 dez, 2021 • Celso Paiva Sol , Carla Fino
A fuga de João Rendeiro significa uma falha da justiça, mas a Polícia Judiciária não tem culpa, diz Matos Fernandes, que defende que o que está em causa é a credibilidade da justiça.
O social-democrata considera que o impacto negativo sobre a sociedade portuguesa da fuga de João Rendeiro foi muito grande e que, por isso, aos olhos dos portugueses o que a Judiciária fez bem ao anunciar em conferência de imprensa a detenção de João Rendeiro. Por esta circunstância, Matos Correia não está de acordo com as críticas do aproveitamento eleitoral.
O socialista José Luis Carneiro defende a afirmação do Presidente da República que criticou as declarações de Rui Rio onde refere um eventual aproveitamento político desta detenção. Marcelo Rebelo de Sousa disse que estas reações demonstram “falta de noção”, ou seja, para o secretário-geral adjunto do PS, representa o que de pior pode ser dito sobre alguém que tem aspirações de ser primeiro-ministro.
No que diz respeito à regionalização, o tema regressa à discussão depois das declarações de Marcelo Rebelo de Sousa no congresso da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, onde manifestou a intenção da realização de um referendo para 2024.
José Matos Correia não tem “grandes afinidades” com a regionalização. O social-democrata considera que não resolve nenhum problema e só terá tendência agravá-lo com a introdução de mais um patamar de decisão o que poderá afastar os cidadãos em matérias que lhes dizem respeito.
Já para José Luis Carneiro, a regionalização pode efetivamente aproximar o poder administrativo e local aos cidadãos e às suas instituições. O dirigente socialista defende que este pode ser um salto de desenvolvimento e qualificação da vida democrática.
O líder do PSD tem sido coerente na matéria, diz Matos Fernandes. Tem de haver condições para a governação, mas PS e PSD não se podem pôr de fora no que diz respeito a “equacionar uma solução que possa permitir que o país tenha estabilidade”.
O PSD estará disponível para negociar com o PS para tomar decisões importantes, defende. Uma situação que não vê do lado socialista, que acusa de não ser claro nesta matéria.
A tensão entre Ucrânia e Rússia leva a União Europeia a tentar fazer o que pode, diz Matos Correia.
A Rússia é um país com características “autocráticas e neo-imperialistas”. As sanções aplicadas, não só pela UE, não levam a lado nenhum uma vez que são dirigidas a pessoas que sabem ultrapassar as dificuldades que essas sanções lhes provocam, diz o social-democrata.
Aqui o problema prende-se com a afirmação da Europa enquanto potência internacional, pois continua a ter muitas limitações, desde já a questão de que alguns países europeus, que se consideram grandes potências, não quererem abdicar das suas próprias competências para resolver esta questão. Por isso, a Europa vai continuar a “tentar falar um bocadinho grosso”, mas sabendo que não tem meios para mudar a Rússia de Putin, nem o próprio Putin a mudar esta posição, afirma Matos Fernandes.
Na mesma linha, José Luís Carneiro considera que a Europa tem de facto tido dificuldade em lidar com eficácia nalgumas questões.
O socialista sublinha o apelo de Putin em encetar conversações com os Estados Unidos e com a NATO. Defende por isso que a diplomacia e as negociações são sempre a melhor solução e é isso que a Europa deve continuar a fazê-lo, mesmo tendo já afirmado que vai sempre apoiar incondicionalmente a Ucrânia.
Este conteúdo é feito no âmbito da parceria Renascença/Euranet Plus – Rede Europeia de Rádios. Veja todos os conteúdos Renascença/Euranet Plus