06 jul, 2022 • Cristina Nascimento , André Peralta (sonorização)
É uma das incógnitas do futuro: será que o planeta tem recursos suficientes para alimentar 10 mil milhões de pessoas, o número estimado da população mundial em 2050? A suficiência dos recursos e a sustentabilidade da alimentação é também um dos fatores em jogo na luta contra as alterações climáticas.
Na resposta a estas dúvidas, Joana Moura, especialista em nutrição e culinária, autora de vários livros sobre o assunto e do site Jo Cooking, aposta na diversificação alimentar. Uma das hipóteses é introduzir insetos na nossa dieta. “É uma fonte proteica a que podemos recorrer no futuro e provavelmente teremos que ter essa ajuda”, explica, acrescentando que, noutras latitudes, “é algo que vemos até em venda de rua, insetos fritos é considerado uma iguaria”.
“Já existem também farinhas de inseto para fazer, por exemplo, bolos e bolachas”, diz, assegurando que “não há uma mudança no sabor por ai além”.
Já Pedro Queiroz, presidente da Federação Portuguesa das Indústrias Agro-Alimentares (FIPA) aposta numa alimentação cada vez mais individualizada.
“Imagine uma casa onde vive um avô ou uma avó com 90 anos, um casal com 50/60 anos e filhos na casa dos 20, uns praticam outros não. Vamos ao supermercado, compramos os ingredientes e numa máquina, com orientação de um profissional e recurso a uma aplicação, com os mesmos ingredientes, confecionamos as refeições de acordo com as necessidades de cada um”, descreve.
Nesta reflexão sobre o futuro da alimentação, Pedro Queiroz refere ainda que “o desafio de alimentar a população no mundo é acima de tudo um desafio político”, que consiga distribuir de forma “mais justa a produção agrícola” e lembra que também será essencial evitar o desperdício alimentar.