31 mai, 2023 • Cristina Nascimento , João Campelo (sonorização)
Ainda há falta de crédito para projetos de coliving. É o que diz Sara Brysch, arquiteta portuguesa que está na Faculdade de arquitetura da Universidade Tecnológica de Delft, nos Países Baixos, a fazer uma investigação sobre o assunto.
Este tipo de habitação passa, por exemplo, por casas de áreas reduzidas e espaços comuns partilhados bem equipados ou por cooperativas em que os regimes de propriedade implicam uma gestão partilhada. Ora, a investigadora portuguesa diz que este tipo de iniciativas ainda assustam o setor bancário.
“Ainda
há um pouco por toda a
Europa, uma falta de crédito, literalmente. Ou seja, há um descrédito por parte
dos bancos relativamente a estes grupos, porque é algo com um risco, à partida,
maior, ou seja, é fora do convencional e tudo que é fora do convencional
assusta um pouco", explica esta especialista.
Sara Brysch adianta que, ainda assim, já existe "alguma banca ética, por exemplo, em Espanha, que tem financiado grande parte dos projetos" e também os "bancos verdes, na Alemanha, que incentivam e até dão prioridade ao financiamento de projetos em que a questão da construção sustentável, ecológica e a vida comunitária são os valores principais“.
A habitação colaborativa engloba conceitos como o coliving e o cohousing. Em Portugal, por exemplo, diz Sara Brysch, têm ressurgido o conceito de cooperativas, embora em moldes diferentes das cooperativas habitacionais que nasceram no século XX.
O movimento tem crescido também dirigido a estudantes e jovens em início de carreira. Ricardo Kendall, investidor imobiliário, foi um dos percusores desta modalidade, através da empresa Smart Studios.
Os empreendimentos têm alojamentos de pequenas dimensões, até 18/20 metros quadrados e rendas a partir de 500 euros que incluiam despesas básicas (luz, água internet), bem como o usufruto dos espaços comuns.
Neste episódio do podcast "Compromisso Verde", Ricardo Kendall explica que o processo de licenciamento deste tipo de empreendimentos continua a ser o mais difícil podendo levar entre quatro a seis anos.
O "Compromisso Verde" é uma parceria
Renascença/Euranet Plus.