17 mai, 2020 • José Bastos
Duas semanas depois da primeira fase de desconfinamento (4 de maio) não há alterações de estratégia e a segunda fase de reabertura do país (já amanhã, 18 de maio) assenta na responsabilização dos diferentes setores pelo cumprimento de obrigações.
Na reunião técnica do Infarmed resultou que a análise dos indicadores dos indicadores do primeiro período (12 dias) é ainda inconclusiva com os portugueses a registar um grau de mobilidade abaixo do esperado e a grande distância do observado antes do estado de emergência.
Os especialistas indicam que a estratégia de reabrir faseadamente a economia com novos cuidados e rotinas de higienização está a resultar e as medidas de distanciamento social estão a funcionar como contenção ao vírus.
Mas factores como o medo, desconfiança ou incerteza impedem, no imediato, as dinâmicas económicas e sociais de retomar o seu curso ‘normal’? Nesta fase os sinais apontam em sentido afirmativo.
O choque da ‘crise das crises’ está a ser tão profundo que poucos processos sociais poderão ser ‘normalizados’ de imediato? O confinamento pode ter alterado atitudes em relação a quase tudo, em particular à dimensão territorial da vida social, exemplos no turismo e teletrabalho? Quando as diversas fases do desconfinamento terminarem quantos reajustes terá sofrido o nosso ‘chip’ existencial?
Todas as questões económicas, sociais e éticas à volta da pandemia vão estar em debate com Ana Sofia Carvalho, especialista em bioética e docente da Universidade Católica, Nuno Botelho, empresário e presidente da ACPorto e Manuel Carvalho da Silva, sociólogo e professor da Universidade de Coimbra.