17 jan, 2021 • José Bastos
A semana é marcada pela entrada do país num novo período de confinamento, com o Governo a anunciar medidas mais restritivas num esforço para conter a propagação da Covid-19.
Há cinco dias consecutivos que os números de novos casos e de mortos estão a superar os patamares dos 10.000 casos e 150 óbitos colocando enorme pressão nos recursos hospitalares do SNS.
As medidas do novo confinamento, com os portugueses sujeitos ao dever de recolhimento domiciliário, mas mantendo as escolas com o ensino presencial, estão em vigor até ao final de janeiro, mas o governo já indicou que as restrições têm o horizonte de um mês.
Tendo a pandemia como pano de fundo, já este domingo mais de 200 mil portugueses podem votar nas Presidenciais 2021 depois de terem solicitado o voto antecipado, mas as eleições de hoje a uma semana não deveriam ter lugar na maior normalidade democrática possível?
Afinal, a eleição do presidente da República registou taxas de abstenção acima dos 50% nas duas últimas votações e a de 2021 parece estar na intersecção de vários riscos.
Ao fator “reeleição com vitória antecipada”, junta-se a ampliação do universo dos cadernos eleitorais na emigração e a total ausência de inovação no sistema: não há voto por correspondência - até defendido pelo presidente incumbente – muito menos, ainda que de forma limitada, o voto eletrónico.
Porque não se debateu e criou um mecanismo de flexibilidade em relação à data? É uma das perguntas para análise de Nuno Garoupa docente da GMU Scalia Law, Virginia, Nuno Botelho, presidente da ACP -Câmara de Comércio e Indústria do Porto e João Cerejeira professor de economia na Universidade do Minho que olham também os Estados Unidos com Biden, formalmente presidente, na próxima quarta-feira, dias depois dos incidentes do Capitólio.