18 jul, 2021
O parlamento debate na próxima quarta-feira o estado da nação, a começar pelo momento vivido na luta contra a pandemia. Com a ressalva de se tratar de um fenómeno imprevisto, os manuais não estavam escritos, foi um combate feito pelo governo em circunstâncias políticas favoráveis: oposição e presidente em franca colaboração.
Ainda assim, a fase é de algum desnorte nas medidas. Algumas resistem 15 dias, outras nem tanto. Desta semana não se registaram alterações de fundo, apenas a novidade dos testes vendidos em supermercados e as atenções voltam-se para o dia 27, em nova reunião do Infarmed.
A corrida disputa-se entre a vacinação e a testagem para controlar o impacto da pandemia no SNS, mas a fase é de saturação dos cidadãos. A vacinação corre bem, mas o monstruoso edifício burocrático construído a cada dia é tudo menos simples e com regras fáceis de assimilar – tudo ao contrário dos manuais de comunicação de crise: clareza e simplicidade nas medidas.
Porquê insistir neste modelo? Porquê a aparente ausência de racionalidade e eficácia em algumas medidas? Porquê erros sucessivos nas análises de risco e insuficiências na prevenção? Porquê passar um misto de ameaça/medo? Para sinalizar o risco e o cenário não se descontrolar tanto quanto poderia?
As análises a estas questões e às críticas de Marcelo ao PRR - Plano de Recuperação e Resiliência e ao rumo estratégico do governo para a economia são de Nuno Garoupa, professor da GMU Scalia Law, Nuno Botelho, presidente da ACP – Câmara de Comércio e Indústria e Luís Aguiar-Conraria, professor da Universidade do Minho.