15 mai, 2022 • José Bastos
A Finlândia, a democracia militarmente mais forte do mar Báltico vai unir-se à NATO e vai fazê-lo a uma velocidade vertiginosa. Este domingo será formalizada a decisão oficial no parlamento de Helsínquia e a cimeira de Madrid em finais de Junho, dias 29 e 30, deverá marcar a adesão finlandesa e, eventualmente, também a sueca.
A sociedade finlandesa mantinha em aberto desde o final dos anos 80 o debate público sobre a sua segurança. Só um quarto da população defendia a adesão à NATO antes da agressão russa à Ucrânia.
Os finlandeses acreditavam ter encontrado o equilíbrio perfeito para maximizar a sua defesa: um exército potente e moderno, excelentes relações com a vizinha Suécia e com os Estados Unidos e um acordo comercial amistoso com a Rússia.
Mas Putin desfez esta harmonia em menos de três meses e contribuiu para a chegada à NATO de um país pequeno, mas que partilha uma enorme fronteira com a Rússia. A Finlândia não acrescenta à NATO uma força militar qualquer: é o segundo país europeu com mais F35, tem uma marinha moderna com dezenas de corvetas no Báltico e o maior número de soldados na região, 300 mil homens e 900 mil reservistas.
Já esta semana a Suécia vai fazer um anúncio semelhante ao da Finlândia. Esta segunda-feira haverá debate no parlamento de Estocolmo, com o governo de centro-direita a garantir mais de 50% dos votos favoráveis à adesão a contar também com o apoio dos nomes mais proeminentes da bancada da oposição social-democrata.
Quer no caso da Finlândia quer no da Suécia o processo de adesão será ‘fluído e rápido’ nos adjetivos de Jens Stoltenberg – o processo de adesão é essencialmente declarativo sempre que não haja objeções, faltando perceber até onde poderá ir a resistência da Turquia e Hungria.
A análise da guerra na Ucrânia, Finlândia e Suécia na NATO, as tentativas para a paz, preocupações do PR e Covid19 é de Álvaro Beleza, Nuno Botelho e José Alberto Lemos.