29 nov, 2020 • Maria João Costa , André Peralta (sonorização)
Muitos espetáculos mudaram de horário, mas não deixam, por isso, de acontecer. E, em dezembro, há ainda muito para ver e ouvir.
Para que “Depois Não Diga que Não Sabia”, eis os destaques da programação do Centro Cultural de Belém (CCB).
Consegue imaginar um clássico do ballet, aquele que mais vezes foi dançado no mundo, mas agora com a etiqueta “Made in China”? É a proposta que a companhia Quorum Ballet apresenta no próximo dia 18, uma sexta-feira, às 19h00.
A “Sagração da Primavera – Made in China” é um espetáculo que procura romper com a tradição deste bailado mundial com música de Igor Stavinsky e coreografia de Vaslav Nijinsky, e foi desenvolvido na China.
Daniel Cardoso, diretor artístico da companhia, explica que a peça propõe uma viagem inspirada na cultura chinesa, mas vista através do olhar ocidental. E, para surpresa do público – mas também dos bailarinos – a coreografia começa com um momento em que não há coreografia.
O que verá nesta “Sagração da Primavera – Made in China” são três momentos, incluindo um criado por uma coreógrafa chinesa. E não se espante se de repente vir os bailarinos com os corpos sujos de terra – uma inspiração retirada dos famosos Guerreiros do Exército de Terracota.
Aldina Duarte propõe um fim de tarde com fado, já no próximo dia 3 de dezembro. A fadista estará no Grande Auditório para um concerto cuja hora foi alterada da noite para o final do dia, o que deu à artista algumas ideias...
O espetáculo insere-se no Ciclo Há Fado no Cais e vai ter músicas do disco “Roubados”, o último trabalho de Aldina Duarte. Mais do que saudades do palco, a fadista confessa à Renascença que tem sentido falta de cantar.
Num ano em que as comemorações dos 250 anos de Beethoven foram em parte atropeladas pela pandemia, o CCB não desistiu e desafiou o músico Miguel Azguime a criar a partir da herança do grande compositor clássico.
O resultado vai poder ouvir no espetáculo Utopia, que será levado ao palco do pequeno auditório no dia 15 de dezembro pelos solistas do Sond’Ar-te Electric Ensemble e pela Camerata Alma Mater.
Se comprar o bilhete para este concerto, saiba que terá ainda a oportunidade de ouvir outra peça, em estreia, de Miguel Azguime, para quem estrear uma obra em tempo de pandemia é um privilégio num ano difícil.
A estreia está marcada para 15 de dezembro.
Ouvir Tchaikosky e John Cage num mesmo concerto? Sim, é possível! E já no dia 6 de dezembro, com a Orquestra de Câmara Portuguesa, dirigida pelo maestro Pedro Carneiro, no Pequeno Auditório no CCB.
O concerto apresenta um programa que constrói pontes entre vários géneros musicais. A encenação é de Teresa Simas.
Mas há mais. Duas das grandes orquestras nacionais vão atuar no CCB. No dia 13, a Orquestra Metropolitana de Lisboa sobe ao palco do Grande Auditório para tocar uma das peças mais conhecidas de George Gershwin.
Até vai pensar que está sentado num dos famosos teatros da americana Broadway, porque vai poder ouvir “Um Americano em Paris”. Será também tocada a suíte orquestral Catfish Row, da ópera Porgy and Bess. A Metropolitana vai também estrear o Concerto para Saxofone do compositor português Luís Tinoco.
No dia 20, será a vez a Orquestra Sinfónica Portuguesa que, no Grande Auditório, apresenta o concerto de Natal. No programa vai poder ouvir “Idílio de Siegfried”, que Wagner compôs depois do nascimento do seu filho Siegfried. O programa conta ainda com a versão para orquestra de cordas da Grande Fuga op. 133 de Beethoven e a Suíte para cordas de Leoš Janáček.
No dia 27, é apresentado, no Belém Cinema, o filme “O Garoto de Charlot”, de Charlie Chaplin estreado em 1921. É um clássico da sétima arte onde Chaplin realiza a protagoniza o filme inspirado na sua própria infância.
Esperamos que tenha tomado nota… para que Depois Não Diga que Não Sabia.