Siga-nos no Whatsapp
Euranet
Especial Euranet
A+ / A-
Arquivo
Casa Comum (24/04/2019)

​CASA COMUM

“Portugal corre o risco de ser o país mais pobre do espaço europeu”

24 abr, 2019 • José Pedro Frazão com Pedro Caeiro


O alerta foi deixado por Francisco Assis no I Encontro Fora da Caixa, Economia & Cultura, que decorreu em S. João da Madeira e de onde foi transmitido o programa Casa Comum esta semana. João Taborda da Gama foi o outro interveniente no debate.

“Continuamos a ter os salários médios mais baixos da Europa. Portugal vai ter que saltar etapas no crescimento económico”, defendeu Taborda da Gama, lamentando o facto de “empresas bem-intencionadas ficarem presas em burocracia. Foi fundamental construir estradas e infraestruturas, mas é preciso que as empresas se consigam financiar lá fora de forma madura”.

O eurodeputado Francisco Assis partilha da opinião de que o grande problema do país é o crescimento económico, porque “desde 2000 que começámos a ter dificuldade em acompanhar os ritmos de crescimento europeus. Fomos ultrapassados por vários países e corremos o risco de ser o país mais pobre do espaço europeu. A Europa desindustrializou-se exageradamente. Não foi só Portugal, mas toda a Europa. Tem de haver mais realismo e pragmatismo”, argumentou.

Sustentabilidade da Segurança Social é “o problema mais grave da Europa”

Questionados sobre a sustentabilidade da Segurança Social, João Taborda da Gama afirma que “os dados são muito claros. Temos uma população cada vez mais envelhecida e um crescimento económico anémico. O estudo da Fundação Manuel Francisco dos Santos nos jornais demonstra a discórdia em torno do tema. Não há um debate político profundo sobre isso, todas as iniciativas dos partidos são boicotadas. É o problema mais grave da Europa. Vai haver uma altura em que esse debate é inevitável. Ou há uma alteração demográfica brutal na Europa, ou vão ter que ponderar essa questão, mais vale saberem hoje que vão ter de trabalhar até mais tarde”, considerou o jurista e professor universitário.

O eurodeputado Francisco Assis salientou a seriedade do estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos, “foi feito por pessoas sérias”.

“Em todas as sociedades europeias há o problema da sustentabilidade da Segurança Social. Nem o PS nem o PSD têm posições extremistas, têm posições diferentes que permitem entendimento. Ganhe quem ganhe nas eleições, tem que haver diálogo. Temos que discutir com mais seriedade e rigor”, alertou.

O moderador do debate, o jornalista José Pedro Frazão, questionou ainda o impacto do Brexit: “está a deixar escondido outro conjunto de temas?” João Taborda da Gama diz que “é um tema que só do ponto de vista filosófico nos interessa. A perspetiva de solução europeia é antagónica aos interesses de curto prazo da Europa”, rematou.

Já o eurodeputado Francisco Assis sublinha que “o Brexit não tem travado a discussão europeia. Os países europeus têm-se mantido unidos na resposta à negociação do Brexit. Os ingleses julgavam que podiam sair do espaço europeu e continuar a ter os benefícios do espaço europeu, mas isso não podia acontecer”, concluiu.

Este conteúdo é feito no âmbito da parceria Renascença/Euranet Plus – Rede Europeia de Rádios. Veja todos os conteúdos Renascença/Euranet Plus

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Amora Bruegas
    08 mai, 2019 Torres Novas 13:43
    Infelizmente, já somos o mais pobre, nomeadamente porque somos aquele que tem a classe governativa mais corrupta e incompetente do espaço europeu! Longe vão os tempos em que tínhamos taxas de crescimento económico na ordem dos 6 a 8% e sem esmolas, governantes competentes e honestos. Infelizmente, parece-me que os portugueses preferem exibicionistas, fingidos e a cometerem crimes que tiram a vidas a centenas de pessoas em fogos, além das milhares que perderam todos os bens... e branqueiam terroristas (FP25Abril).