15 abr, 2022 • José Pedro Frazão enviado especial à Ucrânia
A Estónia, que já recebeu 40 mil refugiados nesta guerra, vale-se da força da NATO e da União Europeia para desvalorizar a ideia de um dominó de invasões por parte de Vladimir Putin pelo Báltico fora. A Renascença entrevistou o embaixador da Estónia em Kiev , Kaimo Kuusk, no dia em que o presidente estoniano visitou a Ucrânia para prestar solidariedade a Zelesnky.
Quando vão voltar a abrir a embaixada em Kiev ?
Nós, na verdade, não saímos completamente. O nosso adido militar e o seu adjunto ficaram em Kiev, mas levei os restantes funcionários comigo no dia 25 de fevereiro, ou seja, no segundo dia da guerra. Fomos primeiro para Lviv, na parte ocidental da Ucrânia, e depois por um curto período, voltámos para a capital, reagrupamo-nos e estamos neste momento perto da fronteira entre a Ucrânia e a Polónia, mas a embaixada ainda funciona em Kiev. Estamos a fazer preparativos para regressar com mais funcionários.
A Estônia tem uma longa história de tensão com a Rússia, incluindo no plano da ciberdefesa. Muitos países vizinhos da Ucrânia acham que podem ser o próximo alvo. Teme que a Estónia possa ser um desses alvos?
Nós estamos na NATO e na União Europeia. Conhecemos bem a Rússia. Nada mudou nos últimos 100 anos. São as mesmas táticas, os mesmos objetivos por parte da Rússia. Por isso estamos preparados, tal como a NATO. Temos que estar preocupados, mas não devemos ter medo.
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O presidente ucraniano não se cansa de pedir mais ajuda militar. Ele vai poder ver esse pedido atendido?
Claro, eles vão receber mais ajuda. Da parte da Estónia, já fizemos entrar mais de 220 milhões de euros de ajuda militar. Mas é a força que faz a diferença e os ucranianos é que fazem a defesa dos territórios que neste momento estão ocupados pela Rússia. Não há ninguém que os possa ajudar mais a combater.
Está confiante nalgum tipo de mediação por parte de países europeus?
Ninguém consegue mediar este conflito. Neste momento a força é tudo o que conta. É por isso que precisamos de ajudar os ucranianos a defenderem-se.
Como vê então as iniciativas da Turquia no sentido de sentar as partes à mesma mesa?
Bom, podem oferecer-lhes um lugar para reunir, mas penso que não sai grande coisa desses encontros.
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