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Guerra na Ucrânia

Kiev reforça ligações aos parceiros da UE no Leste

29 abr, 2022 • José Pedro Frazão, enviado especial à Ucrânia


​Todos os olhos da imprensa internacional na última quinta-feira estavam centrados no encontro entre Volodomyr Zelensky e António Guterres. Mas antes de avançar para a conferência de imprensa com o Secretário-Geral da ONU em Kiev, o Presidente ucraniano esteve reunido com o Primeiro-Ministro da Bulgária. A reunião não chamou tanta atenção, mas trouxe notas importantes sobre a relação entre a Ucrânia e a Europa num contexto regional e continental.

Kiev vai marcando pontos em toda a Europa de Leste, talvez com a exceção da Hungria.

Na reunião com o chefe de Governo búlgaro, ficou definido que os búlgaros vão reparar o equipamento militar ucraniano, vão abrir o porto de Varna, no Mar Negro, para escoar produtos agrícolas ucranianos para a Europa e usarão o seu peso para garantir que o gasoduto transbalcânico possa ajudar ambos os países.

A Bulgária recusou pagar o gás russo em rublos o que levou a Gazprom a cortar o fornecimento aquele país. Em troca, a Ucrânia promete fornecer eletricidade à Bulgária, tentará desbloquear um navio militar búlgaro retido no porto ucraniano de Chernomorsk e abre as portas à participação búlgara na reconstrução de uma das regiões do sul do país.

Noutra fronteira, a Polónia e a Ucrânia vão avançar para um centro logístico ferroviário comum para que os produtos ucranianos possam chegar facilmente a qualquer ponto da Europa

Kiev vai sempre pressionando a Europa a reforçar sanções contra a Rússia. Zelenskiy diz que esta ferramenta é necessária "para que a Rússia procure a paz".

O New York Times escreve que os diplomatas europeus preparam a aprovação na próxima semana de um embargo gradual ao petróleo europeu. Na Alemanha há sinais de mudança de posição no sentido de sancionar um dos maiores bancos russos no novo pacote da União Europeia. Bruxelas aponta para sanções dirigidas ao Sberbank, até aqui um ponto de fricção tendo em conta os pagamentos alemães pelo gás russo.

Há, no entanto, um revés militar do lado alemão. A imprensa suiça revela que Berna vetou o pedido de Berlim para exportar munições ali fabricadas para os seus tanques. A Suiça alega manter neutralidade, o que implica não enviar munições para serem usadas pela Ucrânia.

Na frente europeia, fora da UE, o Reino Unido continua a mexer as suas peças no plano militar e diplomático. As forças armadas ucranianas têm tido um forte apoio por parte dos britânicos que preparam o envio de mais oito mil militares para exercícios no Leste da Europa.

A Embaixadora do Reino Unido acaba de regressar a Kiev depois de dois meses de ausência na capital ucraniana.

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