28 jul, 2022 • Vasco Gandra, correspondente da Renascença em Bruxelas
Atualmente, há cerca de 700 mil sem-abrigo na União Europeia. São pessoas que não têm casa, dormem na rua ou num local de urgência temporário.
O número representa um aumento de 70% em 10 anos, segundo as estimativas do último relatório da FEANTSA, a federação europeia que representa as organizações de apoio aos sem abrigo de 30 países da Europa.
O perfil das pessoas sem-abrigo mudou na última década. Antes, os homens eram a maioria. Atualmente, há muitas famílias com crianças, jovens, mulheres, famílias monoparentais, idosos e migrantes.
A FEANTSA alerta para a necessidade de dar resposta às diferentes necessidades destas pessoas, em função dos respectivos perfis, e para o facto de as pessoas sem abrigo terem uma situação de saúde mais frágil e uma esperança de vida mais reduzida em relação ao resto da população.
A organização também alerta para o facto de não haver dados comparáveis a nível europeu que permitam conhecer com rigor o número de pessoas sem-abrigo na UE.
A FEANTSA e a Fundação Abbé Pierre sublinham que é possível facultar um abrigo digno e imediato, por pelo menos um período de um ano, a todas as pessoas nesta situação na UE, utilizando 3% das verbas do plano de recuperação europeu pós Covid (a "bazuca" de ajudas europeias).
A FEANTSA diz que o número de sem-abrigo diminuiu durante a pandemia graças a medidas de urgência decididas pelos Estados-membros para dar apoio e abrigo a estas pessoas. Conclui por isso que é possível resolver a situação destas pessoas.