27 mar, 2023 • José Pedro Frazão
O Fundo "Crescimento Azul" quer investir em 8 a 12 empresas em capitais próprios com valores superiores a 1,5 milhões de euros, anunciaram as diversas entidades envolvidas no projeto. O mecanismo pretende chegar aos 50 milhões de euros e vai dar preferência a empresas que trabalham produtos do mar, energia offshore, transporte marítimo, portos e biotecnologia azul, de acordo com comunicado divulgado esta segunda-feira pela Comissão Europeia.
28 milhões de euros têm origem em recursos públicos nacionais através do Fundo Azul e do Fundo Europeu de Investimento (FEI), onde está sedeado o capital de risco do Banco Europeu de Investimento. Um dos instrumentos-chave do fundo "Crescimento Azul" é o "Portugal Blue", um programa de investimento do FEI e do Banco Português de Fomento, criado há mais de dois anos. Neste projeto, o FEI presta uma garantia do orçamento da UE através do programa InvestEU.
Na apresentação, Ricardo Mourinho Félix sublinhou que o desenvolvimento economia azul pode fornecer "emprego de qualidade" e uma "verdadeira noção de autonomia estratégica" à Europa. A mobilização de dinheiros públicos é essencial, explica o vice-presidente do BEI, "para induzir níveis de investimento nesta área compatíveis com as necessidades sociais". Energia eólica offshore, eletrificação dos portos, produção de alimentos e medicamentos à base de microrganismos marinhos são alguns dos projetos estratégicos apoiados nos últimos anos pelo grupo BEI.
Apesar de garantirem mais de metade do volume de capital ambicionado no fundo "Crescimento Azul", o ex-secretário de estado das Finanças afirma que os recursos públicos "não são mais do que uma gota no oceano" em todo o processo de desenvolvimento da economia azul. Mas é uma "poção mágica como a de Panoramix" para atrair o sector privado "para que esta onda não abrande quando chega às costas europeias"
Presente na sessão de apresentação, o vice-presidente executivo do FEI, Roger Havenith, garantiu ainda que 75% dos investimentos do fundo "Crescimento Azul" estão enquadrados nos domínios da ação climática e da sustentabilidade ambiental. O ministro da Economia lembrou a " instabilidade crescente do sistema climático" e o papel decisivo dos oceanos onde diz estar uma "fábrica escondida de energia". António Costa Silva assegurou que há grandes companhias internacionais que estão interessadas em explorar o potencia da energia eolica offshore , que o governante classifica de "fulcral para Portugal e para a Europa".