11 set, 2023 • José Pedro Frazão
Sessenta e seis por cento dos portugueses inquiridos no Eurobarómetro defendem que a União Europeia (UE) deve continuar a mostrar solidariedade com a Ucrânia. Juntando as respostas que tendem a concordar com esta estratégia, a percentagem sobe para 90%, o que faz de Portugal o país que mais defende o apoio europeu à Ucrânia.
Os portugueses são dos europeus que menos consideram que a Rússia "vai na direção certa". Apenas 3% validam a estratégia russa e 85% opinam que Moscovo segue um caminho errado.
Só a Polónia ultrapassa Portugal como o país europeu cujos inquiridos concordam em parte ou na totalidade que a invasão russa da Ucrânia mostra a necessidade de aumentar a cooperação militar entre países europeus (89% contra 87% de Portugal).
Em matéria de segurança energética e económica, 93% dos inquiridos portugueses são parcial ou totalmente favoráveis a uma ação da UE face à invasão russa da Ucrânia, percentagem apenas superada pela Polónia (94%) e semelhante à da Finlândia.
Portugal e a Polónia são os países europeus mais favoráveis a uma responsabilização das autoridades russas pela situação na Ucrânia, com 91% de opiniões favoráveis.
Junto com os romenos (92%) os portugueses estão globalmente a favor do armazenamento de gás na Europa para evitar falhas no próximo inverno.
Os inquiridos portugueses são os europeus que consideram mais importante a diversificação de fornecimentos de energia decidida no último ano pela União Europeia na sequência da invasão russa da Ucrânia. 93% classificam essa iniciativa como muito ou razoavelmente importante.
Os portugueses estão igualmente no topo dos países europeus que classificam de forma mais positiva a forma como Bruxelas ajudou a limitar o aumento dos preços da energia para consumidores e empresas, com 94% dos inquiridos a considerarem esta medida como importante.
90% dos portugueses inquiridos também valorizam o financiamento comunitário da aceleração do investimento em energias renováveis, o que coloca Portugal igualmente no topo das opiniões positivas entre os Estados-membros da União Europeia.
Nove em cada dez portugueses valorizam de forma total ou parcial medidas como a compra conjunta de gás para garantir a segurança de abastecimento energético" ou a promoção do uso sustentável dos recursos naturais como a redução e reciclagem de resíduos e a reutilização dos materiais.
Os portugueses apresentam opiniões positivas na mesma medida sobre o desenvolvimento da competitividade da indústria limpa europeia, o aumento da resiliência da economia europeia, o desenvolvimento da transformação digital e a redução do consumo de energia.
92% dos inquiridos portugueses consideram ainda importante a construção de parcerias com países como o Reino Unido, EUA, Japão e Austrália e a redução da dependência comercial face a países como a Rússia e a China.
91% dos inquiridos portugueses são também favoráveis a financiamento comunitário de projetos de defesa que desenvolvam as capacidades estratégicas de defesa.
O Eurobarómetro publicado pela Comissão Europeia revela um grande consenso europeu em torno destas políticas, embora, em média, abaixo das posições expressas pelos inquiridos portugueses. O estudo foi realizado entre 24 e 31 de agosto, com 26.514 respostas online, e antecede o discurso do estado da União por Úrsula Von der Leyen, agendado para esta quarta-feira.