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Índice de Igualdade de Género melhora na UE e Portugal está no topo das subidas

27 nov, 2023 • José Pedro Frazão


São os melhores resultados globais em matéria de igualdade de género na União Europeia desde a criação do Índice há dez anos pelo Instituto Europeu para a Igualdade de Género. No entanto, há ainda grandes disparidades entre Estados-membros e subsistem desigualdades no plano económico, de saúde e de lazer. Portugal está no topo das subidas de nível dos últimos 13 anos, incluindo uma forte melhoria em 2022, mas ainda está na segunda metade da tabela europeia.

Em 100 pontos possíveis, a pontuação da União Europeia (UE) no Índice de Igualdade de Género situa-se numa média de 70,2, em comparação com 68,6 em 2022 e com 63,1 em 2010.

Os dados revelam maior convergência face à UE em 15 países, incluindo Portugal, e divergência em 12 Estados-membros. A Suécia está no topo da tabela com um índice de 82,2 pontos, apesar de ter registado uma quebra em relação a 2010. Logo depois vêm Países Baixos, Dinamarca, Espanha , França e Finlândia.

Portugal apresenta um índice de 67,4 pontos, mas foi o país com maior subida desde 2010 (mais 4,6 pontos) e o segundo país com maior aumento no último ano com mais 13,7 pontos, só batido pela Itália. Em 2020 estava em 20.º lugar e hoje está em 15.º, num ranking de 27 países.

Menor desigualdade recente no poder e ainda e sempre na saúde

A subida global do Índice explica-se pela estagnação de muitos parâmetros, a descida de alguns e a forte subida, por exemplo, no domínio do poder.

Com uma ascensão de 17,2 pontos nos últimos 13 anos, o poder tornou-se menos desigual mas está, ainda assim, na cauda dos fatores onde a igualdade prevalece com 59,9 pontos. O progresso da participação das mulheres no processo de decisão económica nos últimos 12 meses ajudou a subir a fasquia em 1,9 pontos. A percentagem de mulheres nos conselhos de administração das empresas aumentou para 33%, o que corresponde à percentagem de mulheres nos parlamentos nacionais.

Em penúltimo lugar na tabela está a pontuação no domínio do conhecimento, onde a subida lenta (mais 1,1 que em 2022 e 3,8 face a 2010) coloca este parâmetro com um índice de 63,6 pontos. Melhorou também a igualdade de género no domínio do trabalho não pago e de cuidadores, situada em 68,5 pontos, numa área onde há fortes divergências entre Estados-membros.

No mercado laboral, a pontuação é de 73,8 com uma subida de 2,1 pontos face a 2022 e de 4,1 pontos em comparação com 2010, apesar de prevalecerem desigualdades e segregação de género. As mulheres continuam a trabalhar em setores de baixas remunerações e poucas perspetivas de carreira, de acordo com o relatório agora publicado. A transição ambiental em curso poderá aumentar a desigualdade de género, adverte o documento que acompanha a divulgação do Índice.

Em estagnação está o segundo melhor parâmetro de igualdade de género, dedicado aos rendimentos, com 82,6 pontos, mas sem avanços significativos de um ano para o outro. O domínio temático onde há mais igualdade de género é o setor da saúde com 88,5 pontos, apesar de uma quebra face ao ano passado (menos 0,2 pontos) e uma evolução global mais lenta desde 2010 (subindo apenas 1,8 pontos).

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