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Albânia defende centros para migrantes. "Quando a Itália nos pede alguma coisa, temos que ser prestáveis"

Albânia defende centros para migrantes. "Quando a Itália nos pede alguma coisa, temos que ser prestáveis"

20 nov, 2024 • Pedro Mesquita, enviado da Renascença à Albânia


O primeiro-ministro da Albânia defende o acordo com a Itália de envio de imigrantes para centros de acolhimento no seu país. Em declarações aos jornalistas, Edi Rama acredita que a adesão à União Europeia pode acontecer nos próximos anos.

O primeiro-ministro da Albânia defende o acordo com a Itália de envio de imigrantes para centros de acolhimento no seu país. Em declarações aos jornalistas, Edi Rama acredita que a adesão à União Europeia pode acontecer nos próximos anos.

Numa conferência de imprensa realizada esta quarta-feira, em Tirana, o chefe do Governo albanês garantiu que este casamento com a UE é uma prioridade para o seu Governo e referiu-se, igualmente, aos imigrantes do norte de África que a Itália pretende reencaminhar para centros de acolhimento na Albânia.

Quando a Itália pede alguma coisa à Albânia será difícil a Tirana recusar, porque Roma sempre apoiou este país, nos momentos mais dramáticos. É este o principal argumento de Edi Rama, quando lhe perguntamos por que razão o seu país estará disponível para receber, em centros de acolhimento, os refugiados que a Itália prefere recusar.

“A Itália foi sempre o primeiro país a vir ajudar-nos em situações verdadeiramente dramáticas como o tremor de terra, ou outras. A Itália esteve sempre connosco. Quando a Itália nos pede alguma coisa, o que não acontece muitas vezes, temos que ser prestáveis. É por isso que este acordo é a coisa mais certa a fazer. E, em segundo lugar, há a questão geográfica: Estamos divididos, mas também unidos pelo mar que partilhamos com a Itália. Geograficamente esta operação faz sentido”, sublinha o chefe do Governo de Tirana.

Em resposta a uma pergunta da Renascença, o primeiro-ministro da albanês assegura que nenhum outro país da União Europeia está a negociar com o seu Governo um acordo semelhante àquele que foi alcançado com o executivo de Giorgia Meloni.

Noutro plano, há 10 anos que a Albânia assumiu o estatuto de candidato à União Europeia. Edi Rama garante que o seu país já fez muitas das reformas que lhe são exigidas - na área da justiça ou do combate à corrupção, por exemplo –, mas reconhece que ainda há trabalho pela frente, que pretende concluir até 2028.

"Se me perguntasse: Primeiro-ministro, a Albânia está hoje está pronta? Eu responderia: Não, não estamos. Quando estarão prontos? Penso que em 2028”, sublinha.

O chefe do Governo albanês promete concluir o trabalho de casa rapidamente, mas depois, lembra, cabe à União Europeia decidir. Edi Rama insiste, contudo, que a Albânia está verdadeiramente apaixonada pela Europa, quer casar e promete tudo fazer para chegar ao Altar: "Estamos cegos de amor pela Europa. Queremos um casamento sem qualquer “sim, mas”…e estamos prontos a fazer tudo para que tal aconteça".

Para concluir, este apaixonado, mas pragmático primeiro-ministro garante que a eleição de Donald Trump, nos Estados Unidos, ajudará a Europa a acordar, de uma vez por todas: "Se que que lhe diga numa linha, creio que esta eleição é o melhor que podia acontecer, para dizer à Europa: Raios, acordem!"

Sem deixar as respostas pela rama, o primeiro-ministro da Albânia permanece no hall de entrada da União, mas atento a tudo o que se passa na Europa.

Três razões para gostar de Portugal

Nesta conferência de imprensa, além da paixão pela União Europeia, Edi Rama também confessou que "gosta muito" de Portugal e apontou três motivos principais.

A primeira é o treinador José Mourinho, que "é para mim há muito tempo um exemplo de liderança", assinalou.

A arquitetura é o segundo motivo que faz Edi Rama apreciar Portugal. O primeiro-ministro destacou o trabalho de "extraordinários" arquitetos como Álvaro Siza Vieira, Eduardo Souto de Moura e outros mais jovens.

"E a terceira razão é António Costa, que tive oportunidade de conhecer e que aprecio enormemente. António é um ser humano em quem sentimos a alma, o sangue, o cérebro e a atitude", disse o primeiro-ministro da Albânia.

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