27 jan, 2023 • André Rodrigues
Afinal, os tanques Leopard 2 portugueses, que poderiam ser enviados para a Ucrânia, não estão em condições para ir para a guerra.
A notícia surge esta sexta-feira, depois de, nos últimos dias, a Alemanha ter autorizado o envio destes blindados para a Ucrânia.
Os veículos não estão no nível de prontidão definido pela NATO para serem enviados para um cenário de combate. A Aliança Atlântica utiliza um sistema de classificação por cores para avaliar a capacidade dos equipamentos.
Atualmente, Portugal tem 37 destes carros de combate de última geração, adquiridos aos Países Baixos, em 2008. No entanto, de acordo com o sistema de validação da NATO, a maioria destes carros está no "nível vermelho de operacionalização".
Há ainda cerca de uma dezena de blindados no nível "amarelo" de prontidão. Ou seja, tanques que não estão a 100%, mas podem ser utilizados em contexto de guerra.
No nível "verde", com manutenção em dia e prontos a utilizar, está a uma minoria.
Não se sabe o número ao certo, até porque o Ministério da Defesa "não se refere publicamente à operacionalidade dos sistemas de armamento", por razões naturais de segurança.
Contudo, esta semana, o Correio da Manhã dizia serem apenas 12 tanques. Um número muito próximo do que avançam fontes militares citadas pelo Expresso, que explicam que os exercícios realizados com estes tanques Leopard 2 no Campo Militar de Santa Margarida utilizam não mais do que 14 unidades, no máximo.
Não, pelo menos no imediato. A intenção anunciada pelo Governo era de enviar quatro carros de combate para apoiar o exército ucraniano. No entanto, o Ministério da Defesa está a avaliar essa possibilidade em função da capacidade existente, isto é, em função destas limitações.
Já esta semana, a ministra Helena Carreiras sinalizou a disponibilidade de Portugal para dar formação aos militares ucranianos na manobra dos tanques Leopard 2.
Quanto à cedência de uma parte desses veículos a Kiev, o Governo está a avaliar se o envio destes tanques afeta a capacidade da frota de veículos de combate da Brigada Mecanizada de Santa Margarida.
Tratou-se de um lapso que, rapidamente, João Gomes Cravinho teve de corrigir. Num primeiro momento, o ministro disse que o compromisso estava assumido e que o envio dos carros de combate dependia "da formação das forças ucranianas", o que poderia "demorar semanas".
Pouco depois, corrigiu as declarações, dizendo que não havia, afinal, nenhuma decisão sobre o envio de tanques Leopard 2 para a Ucrânia.
De seguida, a ministra da Defesa acabaria por comunicar que Portugal está disponível para assegurar o treino dos militares ucranianos.