A taxa de desemprego ficou, em 2022, no nível mais baixo desde pelo menos 2011, indicam as estimativas de emprego do Instituto Nacional de Estatística (INE). Também o número de contratos precários é o mais baixo dos últimos doze anos.
O que isto significa? São boas notícias?
No curto prazo, podemos dizer que sim. No ano passado houve uma subida de 2% em relação a 2021. Em número absoluto, a população empregada em Portugal ronda os cinco milhões de pessoas. É o valor mais alto desde 2011, acima do número registado em 2019.
Além disso, este aumento do emprego foi acompanhado por uma descida do desemprego e, no ano passado, a taxa recuou para 6%.
Por regiões, a diminuição da taxa de desemprego foi sentida em todas as regiões do país. A exceção foi a zona da Grande Lisboa, onde a taxa aumentou de 6,8% para 7,2%.
Já quanto ao desemprego de longa duração, esse também diminuiu. No último trimestre do ano passado, 42% da população desempregada estava nessa situação há pelo menos um ano. Estamos a falar de um recuo de 6 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2021.
E o que sabemos sobre trabalhadores precários?
Também aí estamos no patamar mais baixo dos últimos 12 anos. No ano passado, 16,5% dos trabalhadores por conta de outrem tinham contratos de trabalho precários. Um número que, de acordo com o INE, compara com um máximo alcançado em 2016. Nesse ano, um em cada cinco contratos de trabalho, eram precários.
O que explica esta melhoria?
Sobretudo, a boa recuperação do turismo no ano passado. O setor do alojamento, restauração e similares ganhou mais de 42 mil trabalhadores em relação a 2021, o que, ainda assim, não foi suficiente para resolver a falta de mão de obra. Em 2022, Portugal tinha menos 34 mil trabalhadores do que em 2019, ou seja antes da pandemia trazer a crise ao setor do turismo.
Estes números são boas notícias a curto prazo?
Apesar de toda a evolução registada no total do ano passado, o desemprego subiu no último trimestre do ano passado. Os dados do INE apontam para uma contração de 0,5% da população empregada face ao período entre julho e setembro. Estamos a falar de menos 26 mil pessoas no mercado de trabalho. E é aí que começamos a ver a tal viragem no mercado de trabalho em Portugal.
A taxa de desemprego dos últimos três meses do ano aumentou para 6,5%, o nível mais alto desde o segundo trimestre de 2021. Nessa altura, o país estava em confinamento por causa da pandemia.