24 fev, 2023 • Sérgio Costa
O valor aplicado em certificados de aforro atingiu o máximo dos últimos 25 anos no início deste ano. Em janeiro de 2023, o aumento fixou-se em 2,9 mil milhões de euros, mantendo a tendência de subida verificada no final do ano passado.
O saldo acumulado deste produto de poupança do Estado subiu para 22,5 mil milhões de euros no primeiro mês do ano. Um montante que não deixa de ser curioso, por ser idêntico ao que o Estado português gastou para resgatar bancos.
As subscrições de janeiro foram feitas à taxa bruta de 3,088% e em Fevereiro à de 3,403% (2,45% de taxa líquida), o que se aproxima a rentabilidade base do máximo fixado pelo Estado - 3,5% -, que poderá ser atingido já em março.
Estes valores não têm paralelo face aos depósitos a prazo, apesar da melhoria de rentabilidade que se começa a verificar.
Porque os juros são calculados mensalmente com base na média da Euribor a três meses dos dez dias úteis anteriores, acrescida de um ponto percentual. Como se sabe, as taxas Euribor deixaram de estar negativas, subindo de forma significativa. Logo, os certificados de aforro passam a ser um bom instrumento de poupança.
Por outro lado, os certificados de aforro também permitem beneficiar do poder multiplicador da capitalização de juros. O que quer isto dizer? De três em três meses, os detentores de certificados recebem um juro que é adicionado ao capital inicial para, assim, gerar ainda mais juros.
Além disso, a partir do segundo ano, acresce à taxa-base um prémio de permanência de 0,5%. A partir do quinto ano, o prémio de permanência aumenta para 1%.
Valiam a pena quando as taxas Euribor apresentavam valores negativos.
Os novos certificados do Tesouro Poupança Valor não estão indexados à Euribor, mas sim a uma taxa de juro fixa, que para a média dos sete anos de duração da aplicação se situa em 1%.
O primeiro passo é abrir uma conta aforro no IGCP - Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública -, à qual ficarão associados os certificados. Para isso, basta dirigir-se a uma loja CTT, levando os documentos necessários:
Sim. Cada titular pode subscrever, no máximo, 250 mil unidades. Ou seja, é possível aplicar, no máximo, 250 mil euros em certificados de aforro.
O montante mínimo a investir está fixado nos 100 euros.
A subscrição, manutenção e levantamento dos certificados de aforro não tem qualquer custo. Ficará apenas sujeito a IRS sobre os juros e prémios de permanência, que são pagos já após o desconto do imposto.
Ou seja, antes de os juros serem somados à poupança, trimestralmente, o valor do imposto (28%) é retirado e entregue às Finanças. Assim, o subscritor não terá de declarar no IRS o que ganha com os certificados.