27 fev, 2023 • Miguel Coelho
São dados que mostram uma subida considerável da quantidade de droga traficada. Por exemplo, em relação ao tráfico de cocaína, de 2021 para 2022 as apreensões em Portugal aumentaram 160%.
O número é adiantado à Renascença pelo coordenador da Unidade de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da Polícia Judiciária (PJ), Artur Vaz.
Em 2021, a quantidade de cocaína apreendida rondou as 10 toneladas. Em 2022, foram mais de 16 toneladas, a grande maioria transportada por via marítima.
O que é mais impressionante é que, desde o início deste ano, já foi apreendida tanta droga como em todo o ano passado e ainda nem chegámos ao fim de fevereiro.
Não, pelo menos ao nível das apreensões, os dados mostram que é a canábis o estupefaciente que predomina, sob várias formas, desde a chamada erva, liamba, até ao haxixe.
Depois, sim, surgem a cocaína, a heroína e por fim as drogas sintéticas, incluindo o ecstasy.
Serve seguramente como uma das portas de entrada, embora o coordenador da Polícia Judiciária garanta que há outras; a heroína, por exemplo, vem do Afeganistão e entra maioritariamente pela Europa do Leste.
Portugal está numa localização geográfica que o torna especialmente exposto a outras drogas. No caso da cocaína, que vem sobretudo da América Latina, é fácil perceber que o território português é a rota mais curta para chegar à Europa.
Já no caso do haxixe, que tem como grande produtor o Norte de África, também estamos à mão de semear, daí as sucessivas apreensões que tem havido no Algarve para as quais alerta o Chefe do Estado-Maior da Armada em entrevista à Renascença.