29 mar, 2023 • Joana Azevedo Viana
Entre muçulmanos há diferentes correntes. Há sunitas que são maioritários e os xiitas. O ismaelismo é um ramo minoritário do xiismo. À semelhança dos outros muçulmanos, os ismaelitas acreditam num único deus e no profeta Maomé como mensageiro divino.
Partilham quase todas as crenças dos restantes xiitas, à exceção de uma: ao contrário dos restantes, seguem um imã vivo, que é o príncipe Aga Khan IV.
O atual líder espiritual dos ismaelitas é o príncipe Karim Aga Khan, nomeado pelo seu avô, Aga Khan III, em 1957, quando tinha 20 anos. Para os crentes no ismaelismo, Aga Khan é o descendente direto do profeta Maomé.
Aga Khan é o herdeiro milionário de Aly Khan, o filho mais novo de Aga Khan III, um playboy que durante anos fez manchetes das revistas cor de rosa com as suas histórias e aventuras, incluindo o casamento de dois anos com a atriz Rita Hayworth, entre 1949 e 1951.
Aly Khan morreu em 1960 num acidente de automóvel. A mãe de Aga Khan é a princesa Tajuddawlah Aly Khan, nascida Joan Barbara Yarde-Buller, que se converteu ao Islão para casar com Aly Khan.
Apesar de os ismaelitas não terem um país, Aga Khan é sempre recebido como um chefe de Estado quando se desloca em visitas oficiais.
Haverá cerca de 15 milhões de ismaelitas em todo o mundo.
Em Portugal serão entre 8 e 10 mil pessoas a professar esta fé.
O centro ismaelita de Lisboa é o coração desta comunidade em Portugal e foi sede mundial do Imamat Ismaili, entidade supranacional que representa os ismaelitas, até 2020, quando foi transferida para o Palacete Leitão, na Rua Marquês da Fronteira.
A sede mundial dos ismaelitas foi instalada em Lisboa em junho de 2015, quando Aga Khan esteve em Portugal para assinar com a República Portuguesa o protocolo formal nesse sentido.
Em 2019, o príncipe voltou a Lisboa para formalizar a transferência da sede mundial do Imamat Ismaili para o Palacete Leitão.
O Centro Ismaelita integra a Rede Aga Khan para o Desenvolvimento (AKDN, em inglês), criada pelo representante máximo dos ismaelitas em 1967 para promover o diálogo interreligioso e intercultural em todo o mundo.
Através das suas fundações espalhadas pelo mundo, emprega cerca de 36 mil pessoas, de acordo com contas do New York Times.