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Um “tema sensível”, várias vozes. Quem diz o quê no caso da TAP?

10 abr, 2023 • Fátima Casanova


Marcelo diz que a dissolução do Parlamento "não faz sentido" e que a reunião entre socialistas, Governo e a CEO da TAP é um "desgaste desnecessário" para o Executivo. Santos Silva espera que o episódio "não se repita".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, avisou esta segunda-feira que a TAP, sendo um “tema sensível” tanto a nível interno como externo, deveria ter outro tratamento por parte das diferentes instituições.

A chamada de atenção foi feita a propósito de uma reunião entre deputados socialistas, membros do Governo de António Costa e a então CEO da TAP, que teve lugar em janeiro, na véspera de Christine Ourmières-Widener ir ao Parlamento para falar sobre a indemnização à ex-administradora Alexandra Reis.

Marcelo considerou que este foi um “desgaste desnecessário” do Governo, a quem pede que "faça por governar melhor", comparando o caso a um professor reunir com alunos na véspera de um exame.

E o que mais incomodou Marcelo?

O Presidente da República viu-se arrastado para outra polémica, depois do ex-secretário de Estado Hugo Mendes ter pedido para adiar um voo de Maputo para Lisboa, há cerca de um ano, para agradar ao chefe de Estado.

Em reação, esta tarde, Marcelo falou que esta foi uma iniciativa “estúpida” e que nunca lhe passaria pela cabeça ter esta ideia que considerou egoísta.

E a dissolução do parlamento, é um cenário possível?

Para já não. Marcelo defendeu que o Governo tem de governar mais e melhor e que a oposição tem de mostrar que é alternativa. O Presidente da República pediu ainda que o executivo esteja atento a estas situações, que são desgastantes para o próprio Governo.

E avisou ainda: "A oposição não pode dar por garantido que o Presidente da República escolha pela dissolução do Governo. O Presidente não está no bolso da oposição, nem no bolso do Governo. Está no bolso dele."

O que disse a segunda figura de Estado sobre o assunto?

Em reação ao caso, o presidente da Assembleia da República foi questionado sobre a reunião preparatória antes da CEO da TAP ir ao Parlamento e disse que julga que esse episódio não se irá repetir.

Augusto Santos Silva garantiu que o Parlamento está a exercer as suas competências e deu como exemplo o trabalho da comissão parlamentar de inquérito à TAP.

E o que disse o primeiro-ministro?

António Costa reagiu à polémica que envolve o ex-secretário de Estado Hugo Mendes através de um comunicado enviado à agência Lusa, considerando “gravíssimo” o email enviado à presidente da TAP com o pedido de adiamento do voo de Maputo.

O primeiro-ministro garantiu mesmo que, se tivesse tido conhecimento do caso, teria obrigado à sua demissão na hora.

O que se segue nos próximos dias?

Esta terça-feira vai ser ouvido na comissão de inquérito o presidente do Conselho de Administração da TAP, Manuel Beja, demitido em direto na televisão pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, na sequência da indemnização paga a Alexandra Reis.

O ex-chairman já veio dizer que apenas cumpriu ordens do acionista Estado, por indicação do Ministério das Infraestruturas, mas amanhã poderão ser conhecidas novas revelações.

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