13 abr, 2023 • Fátima Casanova
A Academia de Ciências de Lisboa apresentou um dicionário da Língua Portuguesa atualizado, esta quinta-feira.
Este dicionário vai ficar acessível a todos, de modo aberto e digital.
O Explicador Renascença analisa as principais novidades.
Cerca de 30 mil, que podem ser encontradas na versão digital do novo dicionário de Língua Portuguesa.
A última atualização tinha sido feita em 2001, daí serem tantas.
E porque a língua está em constante mudança, o dicionário abriu-se a novos termos.
A partir da Covid-19 surgiram palavras como "Covidário", que é o local destinado a atender doentes infetados com o vírus.
Também “confinamento”, a obrigação de permanecer num determinado espaço, e "covidiano" ou "covídico", pessoa que tem a doença.
Por exemplo, “desnazificação” que passou a figurar no dicionário na sequência da invasão da Ucrânia, pela Rússia, ou, ainda, o adjetivo “russo-ucraniano” para referir a guerra.
E sabemos que neste conflito há muita contra-informação, ou seja, “pós-verdade”, que se destina a explicar o facto de se dar mais valor a notícias baseadas na distorção do real e da verdade.
Outro conceito que ganhou popularidade nos contextos da política, da pandemia e das alterações climáticas, foi o “negacionismo”, que está explicado como comportamento de pessoa que rejeita ou não reconhece uma verdade, que nega a realidade.
Para além de negacionismo, o dicionário inclui "eco-ansiedade", que está explicado como uma perturbação que consiste no medo, na angústia, na incerteza relativamente ao futuro e face às alterações climáticas
Outra palavra agora incluída é "eco-turismo", que é a atividade turística cujo objetivo é o incentivo à preservação de recursos naturais.
Sim, como "unicórnio", da mitologia para o conceito empresarial, que significa empresa nova ou em fase inicial de desenvolvimento avaliada em mil milhões ou mais, geralmente de setores da tecnologia da informação.
A revolução digital obrigou a atualizar o significado de outros termos, como “imersivo”, que faz mergulhar ou que propicia ao utilizador a vivência de uma realidade virtual, como se esta fosse real.
Sim, foram eliminadas algumas palavras que têm substituto em português, pelo que não faz sentido serem utilizadas.
É o caso de "maquillage", do francês, quando temos a palavra "maquilhagem", "ice cream" para "gelado" ou "volley" para a versão portuguesa "vólei".
São exemplos de estrangeirismos considerados desnecessários e que saíram do dicionário.
Temos novos empréstimos linguísticos, que se tornaram presença permanente na nossa língua, como por exemplo, "startup", "streaming", "podcast", "bullying" e até "marketing".
Este último é um termo utilizado há muitos anos, mas só agora foi incluído no dicionário, o termo em português seria "mercadologia", mas os académicos chegaram à conclusão que não fazia sentido usar.
Outro estrangeirismo muito usado entre nós é ”selfie” e, agora, já está incluído no novo dicionário.