17 mai, 2023 • Anabela Góis
Pelos contactos que a Renascença fez com as várias Administrações Regionais de Saúde (ARS) podemos concluir que há, de facto, falta de vacinas, mas não faltam em todo o país por igual.
Neste momento é no Algarve. A ARS diz que as dificuldades são transversais a todas as unidades da região, nomeadamente, nos Centros de Saúde, onde existe um maior número de crianças e uma maior procura. Explica ainda que têm registado alguns constrangimentos na aquisição e fornecimento de algumas vacinas do Programa Nacional de Vacinação, mas que a situação deve ser regularizada nas próximas semanas.
Nesta altura, a distribuição de vacinas está a ser feita de forma faseada, portanto, à medida que as vacinas vão sendo entregues, são distribuídas pelos pelas várias unidades de saúde.
Sim, vão ter de ter paciência, até porque em alguns locais, como por exemplo em Lagoa ou Portimão, há casos de pais que já estão à espera para vacinarem os bebés há mais de um mês. A ARS do Algarve garante que as crianças que ainda não foram vacinadas serão contactadas pela respetiva unidade de saúde logo que as vacinas se encontrem disponíveis.
Tem havido falhas pontuais em vários locais, por exemplo, na Região de Lisboa e Vale do Tejo, mas a ARS diz que têm sido resolvidas com uma gestão das reservas, ou seja, se faltam num local pode haver outro que resolve o problema.
Já as ARS do Alentejo e do Norte garantem que não tiveram qualquer queixa de falta de vacinas, embora assumam que não há vacinas de sobra e que os "stocks" estão a ser geridos de uma forma muito criteriosa.
O Ministério admite que, pontualmente, num local ou noutro, podem ocorrer situações de faltas, que são rapidamente resolvidas. Garante também que a nível nacional não há vacinas em falta no âmbito do Programa Nacional de Vacinação.
Na terça-feira, o ministro explicou que está a ser feita uma gestão mais prudente de "stocks" porque as aquisições nos últimos meses têm sido feitas por períodos mais curtos do que era habitual.
E, esta quarta-feira, em resposta enviada à Renascença, o gabinete de Manuel Pizarro adianta que Portugal monitoriza em permanência as reservas, o que permite assegurar a disponibilidade de vacinas sem desperdício. Garante, ainda, que o concurso de aquisição que vai garantir “o abastecimento pleno” de vacinas estará concluído nas próximas semanas.
No mês passado, não sei se se recordam, o Infarmed anunciou a proibição de exportação de várias vacinas, justamente, por serem produtos em rotura de "stock".
Os pediatras dizem que é um inconveniente e que não devia acontecer, mas também referirem não é grave nem há motivos para preocupação, desde que a vacinação seja feita logo que possível.