23 mai, 2023 • Fátima Casanova
O Explicador Renascença vai analisar o que se passa com a expansão da linha do Metro de Lisboa.
Esta terça-feira ficámos a saber que a polémica linha circular, pode também ser "em laço".
Ficamos à espera, porque ainda não foi anunciada uma decisão final.
Segundo um comunicado enviado à Renascença, pelo gabinete do ministro Duarte Cordeiro, as obras em curso visam de facto permitir a criação da linha circular, mas essas obras não colocam em causa a possibilidade da linha poder funcionar em moldes diferentes.
Nomeadamente, a tal circulação em laço.
Por causa de novos protestos, nomeadamente do presidente da junta de freguesia do Lumiar, porque que a nova linha circular do metropolitano prevê a ligação entre as linhas verde e amarela.
Portanto, estas duas linhas ficam unidas entre o Cais do Sodré e o Campo Grande, num novo anel circular no centro de Lisboa.
E a concretizar-se, milhares de utentes, que vivem entre Odivelas e Telheiras deixam de ter acesso direto ao centro da cidade e passam a ter de fazer transbordo no Campo Grande.
É uma situação para a qual o presidente da junta de freguesia do Lumiar tem chamado a atenção.
Este tem sido um projeto muito discutido, inclusivamente chegou ao Parlamento, em 2020, pela mão do PAN, que propôs a suspensão da linha circular.
Uma a proposta que, na altura, foi aprovada em plenário, apesar do voto contra dos deputados socialistas.
Na altura, o governo minoritário de António Costa disse que essa decisão do parlamento iria causar prejuízos “para lá de 100 milhões de euros”, acusando os deputados de irresponsabilidade.
Depois, em 2021, a linha circular do metro foi chamada à campanha eleitoral para as autárquicas. De resto, Carlos Moedas, no programa com que se candidatou à presidência da autarquia, já propunha transformar a linha circular numa linha única em laço para permitir ligações diretas ao centro da cidade a quem viesse de Odivelas e Telheiras.
Ministério do Ambiente
Ministro Duarte Cordeiro esteve reunido com o secr(...)
Cerca de um mês depois do executivo municipal ter tomado posse, a Câmara aprovou uma moção do PCP para travar a linha circular do Metro.
A iniciativa dos comunistas contou com o apoio da coligação de direita e do Bloco de Esquerda. Votaram contra o PS e o Livre.
O que se pretendia era que o projeto fosse reavaliado e que o Governo articulasse com a Câmara as prioridades de mobilidade na cidade.
De certa forma, sim, porque, apesar da contestação generalizada, o Governo sempre disse que a linha circular ia mesmo para a frente.
Acontece que Ricardo Mexia, o presidente da junta, esteve reunido com o ministro do ambiente e a que se juntou também o presidente da Câmara de Lisboa.
Na sequência dessa reunião, o Governo veio então garantir esta tarde que as obras que estão em curso para implementar a linha circular, não colocam em causa outras soluções de funcionamento, como em laço, ou até mesmo a combinação destas duas possibilidades e que isso será definido, a seu tempo, pelo Metro de Lisboa.
Segundo o que disse ainda este mês o ministro do Ambiente, as obras representam um investimento de mais de mil milhões de euros, mas já está prevista uma derrapagem por causa da inflação e por causa de custos associados ao arranque da obra, pelos menos.
Foram as explicações dadas pelo secretário de Estado da Mobilidade Urbana.
E, pelas contas que foram apresentadas, a derrapagem pode ser na ordem das centenas de milhões de euros.
Obras no metro
A derrapagem deve-se a dois fatores que estão "mui(...)