02 jun, 2023 • Anabela Góis
O Explicador Renascença desta tarde vai falar de um guia que toda a gente conhece.
Tem chefs, estrelas e os melhores restaurantes do mundo. Trata-se, claramente, do guia Michelin que, pela primeira vez, vai ter uma edição exclusivamente dedicada a Portugal.
No ano que vem.
A apresentação está marcada para 27 de fevereiro, em Albufeira e promete ser em grande com um jantar para 500 convidados.
Será a primeira vez que o guia Michelin terá uma edição exclusiva para Portugal.
Acaba, portanto, o guia da Península Ibérica que era o “Guia Michelin de Espanha & Portugal”, quase sempre apresentado numa cerimónia em Espanha. Aliás, só uma vez - em 2018 - é que uma cidade portuguesa - Lisboa - acolheu o evento.
A identidade dos inspetores é um segredo muito bem guardado.
Não se sabe quantos são, nem quem são. Sabe-se, apenas, que se trata de uma equipa internacional com inspetores de 15 nacionalidades.
Na conferência de imprensa desta sexta-feira, no Algarve, para apresentar a gala do próximo ano, Nuno Ferreira, que é representante em Portugal do guia Michelin revelou, apenas, que, em média, cada inspetor “almoça ou janta em trabalho 300 vezes por ano e nunca revela ou anuncia a sua presença".
Praticamente só com um dia de descanso por semana.
Não só temos, como o presidente do Turismo de Portugal acredita que o atual panorama gastronómico tem grande potencial de desenvolvimento e que esta parceria vai contribuir para posicionar a nossa gastronomia a nível internacional.
Segundo Luís Araújo, a gastronomia já é o segundo fator mais elogiado pelos turistas que visitam o nosso país, a seguir à simpatia dos portugueses.
Nos últimos quatro anos, as pesquisas sobre o tema aumentaram 26% e o objetivo agora é deixarmos de ser reconhecidos depois da visita. Ou seja, que os turistas passem a escolher-nos também por causa da gastronomia.
E para que esse objetivo possa ser alcançado, o Turismo de Portugal reservou uma verba de 700 mil euros exclusivamente para investir no setor este ano e no próximo.
Na edição deste ano temos 31 com uma estrela e sete com duas estrelas. Temos ainda 38 restaurantes com um Big Gourmand e três com a Estrela Verde Michelin, que distingue projetos em que impere o compromisso com a sustentabilidade ambiental, além de 831 recomendados pela sua qualidade.
Infelizmente ainda não temos nenhum restaurante com a distinção máxima, três estrelas.
Sim e esse também foi um dos motivos que levaram a organização a escolher o Algarve para anunciar o primeiro guia nacional.
Oito dos restaurantes Michelin ficam no Algarve, dois dos quais com duas estrelas, sendo que o primeiro restaurante do país a conseguir duas estrelas foi o "Vila Joya", em Albufeira, há quase 20 anos.
Aliás, o chef Dieter Koschina é um dos que vão coordenar o jantar da gala.
Desde o início do século XX. Foi criado por André Michelin, um dos fundadores da marca de pneus com o mesmo nome.
Surgiu para ajudar os viajantes nas suas deslocações e, ao mesmo tempo, para impulsionar a venda de carros e claro, também, de pneus. No início, fornecia apenas informações de lugares onde dormir e comer. A partir de 1926, começou a destacar determinados restaurantes com uma estrela e só cinco anos depois é que criou a hierarquia das "três estrelas".
Entretanto ganhou grande peso e hoje é considerado uma referência mundial na qualificação de restaurantes. Está presente em 40 países. Portugal entrou no roteiro em 1910.