07 jun, 2023 • Tomás Anjinho Chagas
Depois de um conselho de ministros em formato eletrónico, o executivo anunciou esta tarde que o fundo alemão Mutares foi o escolhido para a privatização da EFACEC, sendo que ainda não é conhecido o valor final do negócio.
Em causa está a reprivatização de perto de 72% da companhia, que é o que está na posse do Estado.
Mas para que este fundo alemão compre a empresa é necessária ainda uma autorização da Comissão Europeia.
Nos próximos dois meses devemos ter novidades em relação a este processo.
Diretamente, até agora, foram injetados 132 milhões de euros nesta empresa do setor da energia e mobilidade elétrica.
Mas ainda está previsto que o Estado disponibilize outros 85 milhões de euros em garantias. No total são 217 milhões de euros em ajudas do Estado.
O Ministro da Economia mostrou-se otimista, quando falou aos jornalistas, esta quarta-feira. Disse acreditar que o Estado vai recuperar "grande parte" ou mesmo a totalidade do investimento que fez.
Sim, em outubro do ano passado tudo parecia encaminha-se para a venda da EFACEC à DST - que é uma empresa portuguesa da área de engenharia e construção - mas o negócio acabou por falhar.
Na altura a Comissão Europeia impôs várias limitações ao negócio o que acabou por ser um impedimento da privatização.
Agora o negócio com este fundo alemão está também a chegar à fase final, mas também precisa da aprovação de Bruxelas.
Ficaram para trás outros três concorrentes: um consórcio português entre a Visabeira e a Sodecia; um fundo de capital chamado Oxy, com escritórios em Portugal e Itália; e a "Oaktree Capital", uma empresa norte americana.
Segundo o Governo, entre os critérios fundamentais para a escolha estiveram a "credibilidade e idoneidade" da empresa, a "qualidade" do projeto e a "capacidade para assegurar a sustentabilidade" da EFACEC.
Até 2020 a parte que agora é do Estado era da empresária Isabel dos Santos.
Na altura o processo Luanda Leaks levou ao arresto de várias contas e bens da filha do ex-presidente de Angola e Isabel dos Santos acabou mesmo por sair do capital da EFACEC.
Este impasse levantou várias dúvidas quanto à sobrevivência da empresa e o Estado Português decidiu avançar para a compra desta parte da EFACEC.
O ministro da economia na altura, Pedro Siza Vieira, alegou que a companhia era muito importante no tecido empresarial português e o Presidente da República promulgou que seria importante salvar esta empresa muito relevante para a economia portuguesa.