20 jun, 2023 • Miguel Coelho
As operações de busca continuam ao submersível que desapareceu durante um mergulho até aos destroços do Titanic, no local onde o navio se afundou em 1912
O veículo pertence a uma empresa que faz estas excursões, a OceanGate Expeditions, e leva turistas e exploradores às profundezas do Oceano.
Era mais uma missão "de aventura", com bilhetes a cerca de 230 mil euros. O que explica que as pessoas a bordo sejam sobretudo milionários.
Entre os desaparecidos, há três britânicos, um é Hamish Harding, que detém uma companhia de aviação, outro é um empresário anglo-paquistanês Shahzada Dawood e o filho.
Os restantes são o presidente executivo da empresa OceanGate, o americano Stockton Rush e um francês, o explorador Paul-Henry Nargeolet, que é considerado o maior especialista no Titanic, já visitou o local do naufrágio dezenas de vezes - e é de resto conhecido com Sr. Titanic.
Foi ele que comandou a primeira expedição aos destroços do navio, em 1987.
Não se sabe, nem se afundou, nem se poderá eventualmente ter regressado à tona.
Esta segunda seria a melhor possibilidade, porque o mini-submarino tem um sistema que em caso de necessidade permite libertar lastro e vir à superfície.
Nesse caso seria em princípio uma questão de tempo até ser encontrado.
Mas já esta tarde, a guarda costeira norte-americana disse que as buscas foram alargadas a águas mais profundas, dando a entender que o mais provável é que o submersível esteja de facto no fundo do mar.
Estamos a falar de quase 4 quilómetros de profundidade.
Os destroços do Titanic estão a cerca de 3800 metros, é uma profundidade que torna muito remota a possibilidade de recuperação do submersível, mesmo que venha a ser encontrado, o que só por si é uma tarefa complicadíssima.
Não só a escuridão é total, como a área das buscas também é extensa, há os próprios destroços do Titanic, pedras, etc. o que torna muito complexo descobrir onde possa estar o veículo.
E depois, mesmo que seja descoberto há o problema de conseguir rebocá-lo até à superfície, não haverá muitos meios capazes de conseguir fazer isso.
Nas últimas horas chegou ao local um navio de colocação de tubos de petróleo, especializado em trabalhos a grande profundidade, há a esperança de que possa vir a ser útil no eventual resgate do submarino.
O que a empresa do submersível diz é que o aparelho teria capacidade para garantir a vida dos ocupantes por 96 horas, ou seja, quatro dias.
Estamos a meio desse prazo, porque já passaram dois dias desde que desapareceu.
Portanto, é uma verdadeira corrida contra o tempo.