23 jun, 2023 • André Rodrigues
Tragédia confirmada. Morreram os cinco tripulantes do submersível Titan que realizava uma expedição aos destroços do Titanic. Informação avançada nas últimas horas pela guarda costeira dos Estados Unidos. Os destroços do aparelho apontam, no entanto, para uma implosão catastrófica.
Significa que o Titan não resistiu à pressão a que estava sujeito por encontrar-se numa zona bastante profunda, cerca de 4 mil metros debaixo de água. Ou seja, a tese dos peritos que analisaram toda a informação é de que o Titan terá cedido à pressão da água - estamos a falar de uma pressão superior a 400 quilos por centímetro quadrado. Consequência disso, os cinco tripulantes tiveram morte imediata.
Nas últimas horas, o responsável da Guarda Costeira norte-americana admitiu que, num aparelho que opera a esta profundidade, qualquer falha resulta quase inevitavelmente numa implosão instantânea. Mas a Marinha dos EUA detetou uma anomalia compatível com um estrondo nas imediações do local onde o submersível Titan estava a operar, quando as comunicações foram perdidas.
Ora, os peritos inclinam-se para a possibilidade do colapso ter ocorrido depois da embarcação ter perdido ligação com a superfície. Ou seja, logo nas primeiras horas da expedição.
Numa explosão, o que acontece é a expansão dos materiais por pressão exercida de dentro para fora. Como quando se enche um balão ou um saco plástico e chega ao ponto limite em que se enche mais e ele rebenta.
Neste caso, com uma pressão tão elevada debaixo de água, dá-se o efeito contrário: o objeto fica de tal maneira comprimido que acaba por colapsar e desintegrar-se.
A tudo isto, acresce o facto de, aparentemente, o Titan apresentar vários sinais de desgaste do material. Situação denunciada por um antigo funcionário da OceanGate, a empresa proprietária do submersível.
Essa é outra dificuldade. A pressão que existe no fundo do mar é tal, que a Guarda Costeira norte-americana admite que será impossível recuperar os corpos das cinco vítimas.