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Qual é a polémica por trás inauguração do memorial de Pedrógão Grande?

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Qual é a polémica por trás inauguração do memorial de Pedrógão Grande?

27 jun, 2023 • Miguel Coelho


Marcelo Rebelo de Sousa não gostou de saber a data pela comunicação social e lamentou que a cerimónia tivesse sido marcada para um dia em que ele estava fora do país, em Itália.

Decorre esta terça-feira a inauguração do memorial de Pedrógão Grande, em homenagem às mais de cem vítimas dos incêndios há seis anos atrás.

Esta cerimónia vai contar com a presença de membros do Governo, mas acontece depois de uma polémica precisamente à volta de quem estaria no evento.

O Explicador Renascença explica o que está por trás de mais uma controvérsia.

Que cerimónia é esta?

É a inauguração oficial do memorial às vítimas dos incêndios de 2017.

Uma cerimónia que foi agendada na semana passada e que na altura causou alguma polémica, até motivando uma nota do Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa não gostou de saber pela comunicação social e lamentou que a cerimónia tivesse sido marcada para um dia em que ele estava fora do país, em Itália.

Então Marcelo Rebelo de Sousa não vai à cerimónia?

Vai. O que acontece é que para permitir a presença do Presidente da República, foi adiada a hora da cerimónia.

Era suposto realizar-se às 15h00, depois passou para as 17h00 e agora ficou marcada para as 19h00.

Marcelo, que almoçou em Itália, vai assim poder ir a Pedrógão.

Porque foi escolhido este dia?

Não se trata de um dia em que se registaram as mortes durante os incêndios de 2017 e esse foi um dos motivos de queixa da presidente da Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrogão Grande.

À Renacença, a responsável disse que a inauguração deveria ter sido a 17 de junho ou então a 15 de outubro, quando deflagraram os grandes incêndios da zona centro.

Mas este acabou por ser o dia escolhido tendo em conta a agenda do primeiro-ministro.

A homenagem às vítimas acabou por ser mais uma polémica?

Sim, desde logo porque o memorial abriu sem qualquer presença do Governo, só depois da controvérsia que se gerou é que foi agendada a ceromónia desta terça-feira.

Além de que o memorial, que é, na verdade, um lago alimentado por uma fonte, foi inicialmente pensado também para que os bombeiros tivessem onde ir buscar água, mas esse projeto foi por água abaixo.

O prazo de conclusão também derrapou, neste caso, um ano.

Não foi garantido que os problemas dos incêndios iam ser corrigidos?

Foi, mas a verdade é que, em muitas localidades daquela região não há rede móvel, nem de internet e, numa emergência, isso pode impedir chamadas de socorro.

E a ANACOM confirma que as medições que fez já este ano em Pedrogão Grande mostram muitas deficiências de conbretura: olhando para as três maiores operadoras, em média, 35% das comunicações são más ou mesmo inexistentes.

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