13 jul, 2023 • Hugo Monteiro , Ana Fernandes Silva
É um projeto com anos, mas a verdade é que o TGV (projeto da nova linha ferroviária de Alta Velocidade) para já ainda está só no papel.
Para que o projeto arranque é preciso, antes de mais, que se concretizem as parcerias público-privadas que estão previstas. Esta quarta-feira o vice-presidente da Infraestruturas de Portugal, Carlos Fernandes, disse que a empresa quer avançar com a parceria do primeiro troço entre o Porto e Oiã (no concelho de oliveira do bairro), já em janeiro.
Depois de lançado o primeiro concurso haverá quatro meses para analisar propostas. E depois, então sim, as obras podem arrancar.
Ainda não. Está previsto que a construção arranque entre o final de 2025 e o início de 2026 - se tudo correr normalmente. A primeira fase será a da ligação Porto-Soure, a construir até 2028. A ligação Soure-Carregado vai ser desenvolvida entre 2026 e 2030. A ligação será a última fase do projeto.
Na melhor das hipóteses, só em 2030 ou logo a seguir. Dentro de sete ou oito anos. Parece pouco, mas basta pensar que, pelo menos desde 2007 ou 2008 que se fala neste projeto.
Mesmo assim, à medida que as obras vão ficando concluídas, o comboio vai "acelerar". Ou seja, à medida que os troços vão ficando prontos, a linha de alta velocidade vai sendo usada. Assim, logo a partir de 2028 começará a ser mais rápido viajar entre Porto e Lisboa - mesmo que a totalidade da linha não esteja ainda concluída.
O custo total da obra ronda os 4,5 mil milhões de euros.
Mas olhando a curto prazo, numa primeira fase a primeira ligação a ser construída Porto-Aveiro (Campanhã-Oiã) vai custar 1,65 mil milhões. Sendo que, parte desta quantia é proveniente de fundos europeus.
Não há números concretos, para já, de quantas habitações ou terrenos irão ser afetados. Há apenas estimativas, isto porque o projeto ainda não está fechado. Nesta altura estão ainda a ser feitos estudos prévios e estudos de impacto ambiental. Mesmo assim, ontem, o vice-presidente da Infraestruturas de Portugal confirmou que só em Espinho há nove habitações a serem demolidas. Já em Santa Maria da Feira, para não serem demolidas muitas casas, pode ficar comprometida a ampliação do Europarque.
Serão realojadas ou receberão um valor acordado. A IP garante que estão em conversações com as autarquias para solucionar estes casos e minimizar o impacto da obra. No entanto, não há nesta altura certezas quanto ao número de demolições. Mas vai acontecer, é inevitável.