14 set, 2023 • Fátima Casanova
O Banco Central Europeu (BCE) voltou a subir esta quinta-feira as taxas de juro, um aumento de 25 pontos base, para 4,50%.
No entanto, abre a porta à manutenção dos juros nos próximos meses, ao invés de novos aumentos.
O Explicador Renascença clarifica como é que esta nova subida afeta os custos da Habitação.
Sim. É a décima subida consecutiva das taxas de juro pelo BCE.
Uma subida de 0,25 pontos percentuais em todas as taxas diretoras.
Aquela que tem impacto no dinheiro para emprestar às famílias, a taxa de refinanciamento, sobe agora para 4,5%.
Pode ser essa a tendência, para quem tem crédito com taxa variável.
As alterações só acontecem no momento da revisão dos contratos, o que acontece em função do indexante da Euribor: a três, seis ou 12 meses.
Este aumento, de certa forma, já era esperado pelos mercados, o que quer dizer que os custos dos empréstimos têm estado a subir, antecipando este anúncio do BCE.
Vamos supor uma família com um empréstimo de 150 mil euros, a 30 anos, com um spread de 1%: com a Euribor a seis meses, na próxima revisão do indexante vai passar a pagar mais cerca de 25 euros por mês.
Ou seja, passa a ficarcom uma prestação superior a 700 euros.
Teve um agravamento de cerca de 320 euros.
A prestação que estaria a rondar os 400 euros, passou para 730 euros, o que significa um aumento superior a 80%.
A aposta na subida das taxas de juro de referência tem como objetivo reduzir a inflação da zona euro para perto dos 2%.
A estimativa para este ano aponta para uma taxa de inflação de 5,6% e, pelos cálculos do BCE, a meta dos 2% não será alcançada antes de 2025.
Até lá, a estratégia do BCE passa por desincentivar o consumo, justamente através do aumento das taxas de juro.
E a presidente do BCE disse que iria assegurar, taxas de juro em níveis altos enquanto fosse necessário.
Não, há sempre um conjunto de governadores dos bancos centrais da zona euro que tem direito de voto.
As subidas anteriores foram decididas por unanimidade, mas desta vez já não foi assim.
Não obstante, a decisão de subir as taxas diretoras teve o apoio de uma maioria sólida, como disse a presidente do BCE em conferência de imprensa.
Não há números de votos, nem quem os deu, mas podemos sempre recordar que Mário Centeno, o governador do Banco de Portugal, há cerca de uma semana disse que o BCE corria o risco de estar a “fazer demais” na sua escalada de juros, sugerindo uma pausa.
Mesmo assim, não se sabe ao certo qual o sentido do seu voto.