19 set, 2023 • Sérgio Costa
Cerca de cem mil pessoas têm problemas de jogo com a raspadinha. Esta é a principal conclusão de um estudo que vai ser apresentado esta terça-feira.
Um estudo encomendado pelo Conselho Económico e Social que pretende criar justamente o perfil do utilizar da raspadinha. O estudo foi encomendado a dois professores da Universidade do Minho e visa igualmente perceber os níveis de doenças associadas a este tipo de jogo em Portugal
Esse número representa 1,21% da população adulta portuguesa. Não deixa de ser significativo. Mas há mais. O mesmo estudo indica que 30 mil dessas pessoas têm quase de certeza doença instalada, ou seja, perturbação de jogo patológico. Trata-se de uma dimensão grave e considerável.
O estudo mostra, ou até confirma que quem mais joga nas raspadinhas são as pessoas com menos instrução escolar, com menos rendimentos e os piores indicadores de saúde mental. São sobretudo pessoas com sintomas de ansiedade, pessoas deprimidas ou com sintomas de stress.
O estudo mostra que a pessoa com rendimentos entre os 400 e os 664 euros tem três vezes mais probabilidades de ser jogador frequente do que quem aufere mais de 1500 euros. Quem menos ganha, mais gasta em raspadinhas. Isto explica-se com factores de ansiedade, mas também pelo facto de o resultado da raspadinha ser imediato.
Sim, os autores do estudo sugerem mais regulamentação, mas não um quadro de proibição. Os autores sugerem campanhas informativas e medidas para que o jogo seja mais consciente, por exemplo, através da criação de um cartão do jogador.