19 set, 2023 • Fátima Casanova
João Carreira, o jovem que planeou o ataque à Faculdade de Ciências, em Lisboa, foi detido no início do ano passado, estava em casa quando foi surpreendido pela polícia judiciária.
Porque está abrangido pela lei da amnistia, que entrou em vigor este mês.
De recordar que esta foi uma iniciativa do governo no âmbito da visita do Papa e da realização da Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa.
De uma forma geral, a lei da amnistia perdoa um ano de cadeia aos reclusos até aos 30 anos, que tenham sido condenados a penas de prisão inferiores a 8 anos.
Sim, ele foi condenado a dois anos e nove meses de prisão por posse de arma proibida. O tribunal deixou cair as acusações de terrorismo.
Embora nessa altura, em dezembro do ano passado, quando foi condenado, os juízes entenderam não suspender a pena, o que poderia ter sido feito porque a pena era inferior a cinco anos.
A pena não foi suspensa porque, de acordo com o tribunal, a comunidade não estava preparada para receber João Carreira, nem o próprio jovem, na altura com 19 anos, estava em condições para ter uma vida fora da prisão, pela perigosidade que revelou neste caso.
Mas agora vai ser, ainda assim, ser libertado antecipadamente.
João Carreira era aluno do primeiro ano de engenharia informática e planeou fazer um ataque na faculdade de Ciências que frequentava em Lisboa.
Comprou um arco e flecha, varias armas brancas, material para fazer cocktails molotov. Segundo conversas que manteve na dark web, queria cometer um ataque semelhante aos que já aconteceram em escolas norte-americanas.
Foi detido a 10 de fevereiro do ano passado e, segundo o plano desmantelado pela Judiciaria, a ação terrorista concebida por João Carreira estava marcada para o dia seguinte.
Estes foram os factos que levaram a que fosse condenado.
João Carreira está detido no Hospital - Prisão de Caxias, onde tem tido acompanhamento médico, porque João Carreira tinha sido diagnosticado com a síndrome de Asperger, uma perturbação do comportamento que se caracteriza por dificuldades na comunicação e interação com os outros.
Ao que disse o advogado de João Carreira à agência Lusa, a situação prisional termina a 19 de novembro, isto se não beneficiar antes de liberdade condicional.
Mas, portanto o mais tardar daqui a dois a meses deve ser libertado.